1937-2025 Pinto da Costa e Jorge Jesus: «Sempre disse que queria treinar o FC Porto»

0
58

Jorge Nuno Pinto da Costa morreu este sábado, aos 87 anos. Recordamos aqui histórias da vida do ex-presidente do FC Porto, muitas pelas suas próprias palavras

Moutinho, Bruno Alves e Pepe

João Moutinho, Bruno Alves e Pepe eram regressos desejados pelos adeptos do FC Porto, mas Pinto da Costa afirmou, a dada altura, que tal era quase impossível: «O objetivo é ganhar o campeonato, mas não vamos dedicar três anos para pôr as contas em dia, porque as contas estão em dia. O FC Porto tem um orçamento de 150 milhões e no último ano fiscal entregou ao Estado 40 desses 150 milhões. Sem perdões fiscais como outros. Não podemos, por isso, entrar em loucuras. Via com bons olhos, por exemplo, os regressos de João Moutinho, Bruno Alves ou Pepe, mas temos que ser realistas. Qualquer um deles ganha mais do que 5 milhões de euros limpos. Tenho esperança de  que, um dia, possam regressar, mas não posso dar certezas, porque esses valores são incomportáveis para o FC Porto».

Janeiro de 2016

FC Porto, Jesus, Benfica e Arábia

Durante anos, sobretudo a partir de 2010, falou-se na possibilidade de, um dia, Jorge Jesus ser treinador do FC Porto. Pinto da Costa dizia que JJ sempre desejou ir para o FC Porto: «As pessoas confundem duas coisas. Uma é eu ter com ele amizade, estima e respeito, outra é ele vir a treinar o FC Porto. Tenho excelente relação com o Jorge Jesus desde que ele estava no Amora e aparecia no nosso hotel com o Reinaldo Teles e em que ele dizia sempre que tinha desejo de um, dia, treinar o FC Porto. Veio para o norte, treinou o Felgueiras, o V. Guimarães, o Moreirense, o SC Braga, mas nunca o FC Porto. Alguma vez me ouviram dizer mal do Jesus ou Jesus mal de mim? E ele foi bem forçado a fazê-lo… Toda a gente sabe que ele saiu do Benfica, não porque quis sair, mas foi empurrado no Benfica. Queriam levá-lo para a Arábia com promessas para entreter, mas foi para o Sporting.»

Fevereiro de 2016

«Não choro o dinheiro que Jorge Mendes ganhou»

O FC Porto fez dezenas de transferências com Jorge Mendes. Pinto da Costa explicou a relação entre o empresário e o clube: «O FC Porto já teve grandes parcerias com o Jorge Mendes. Ele ganhou dezenas de milhões de euros com esses negócios e eu não choro o dinheiro que ele ganhou. Tenho pena é que ele não tivesse ganho o dobro, pois era sinal que tínhamos feito o dobro dos negócios. Agora, houve determinado ponto em que o Jorge Mendes entendeu que havia outros sítios onde podia fazer melhores negócios. Apareceu o Valência, apareceu este e aquele, apareceu o Benfica. E eu não tenho que levar a mal, porque ele não tinha exclusividade nenhuma comigo. O Jorge Mendes trabalhava com toda a gente. Houve bons negócios com o FC Porto e maus negócios, como em todos os clubes. O Adrian López, por exemplo. Trouxemos o jogador com base num compromisso com o senhor Jorge Mendes e, quando chegou a altura de pagar, aquilo que era uma exorbitância. Aceitei porque tinha a garantia de que o jogador era colocado antes e que não pagaríamos, mas falhou.  Se o senhor Jorge Mendes tiver jogadores bons para colocar no FC Porto e nos trouxer propostas boas para os jogadores e para nós, faço o negócio amanhã sem problema nenhum.»

Abril de 2016

Os dois segundos de Lopetegui

Julen Lopetegui foi treinador do FC Porto entre maio de 2014 a janeiro de 2016. Pinto da Costa explicou assim a rescisão de contrato com o espanhol: «Defendi o Lopetegui  até ao limite, mas saiu a seguir ao jogo com o Rio Ave. Ele tinha-me dito, de manhã, que ia mudar a equipa. Mais tarde, quando vi o onze, não era nada do que ele tinha dito. Era a mesma equipa que ele tinha criticado de manhã. Depois, deram-me a informação que o adjunto é que o pressionou para não fazer aquelas alterações. A segunda razão é a fundamental. No final desse jogo, que empatámos, entrei no balneário do treinador e não ia para lhe dizer nada de especial e ele diz-me: ‘ Presidente, eu não sou problema, comigo o senhor resolve tudo em dois segundos.’ Respondi: ‘Mister, falamos amanhã’. Considerei isto um deitar a toalha ao chão. A imagem dele era a de um treinador sentado que me diz: ‘Presidente, comigo não há problema, resolvemos em dois segundos’. E comigo quem deita a toalha ao chão, seja treinador, diretor, jogador, roupeiro ou massagista, não serve para aquilo que eu quero para o FC Porto.»

Março de 2016

Fonte: A Bola

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu nome aqui
Por favor digite seu comentário!