À medida que os principais bancos centrais do mundo iniciam 2025, fica claro que cada um segue uma trajectória distinta, reflectindo os caminhos económicos divergentes entre as regiões. Nos EUA, a Reserva Federal (Fed) mantém as taxas de juros estáveis, enquanto na zona euro as taxas estão a ser cortadas. Por outro lado, o Japão é o único banco central a aumentar as taxas de juros, prevendo novas elevações nos próximos meses.
Aqui está um panorama das abordagens actuais:
O Banco Nacional Suíço (SNB) reduziu a taxa de juros de 1,75% para 0,5% em 2024, com o objectivo de manter a inflação dentro da sua meta de 0-2%. Embora a inflação esteja sob controlo, a força do franco suíço continua a ser uma preocupação. Espera-se um corte adicional de 25 pontos base em Março.
O Banco do Canadá cortou a sua taxa de juros em 25 pontos base para 3%, reduzindo também as previsões de crescimento. A instabilidade provocada por tarifas impostas pelos EUA pode prejudicar ainda mais a economia, mas o banco central tenta suavizar os efeitos com políticas monetárias ajustadas.
O Riksbank da Suécia também cortou as taxas de juros em 25 pontos base para 2,25% para estimular o crescimento económico. Embora o banco central acredite que os cortes estejam próximos do fim, está preparado para agir conforme as condições económicas evoluem.
O Banco da Nova Zelândia já reduziu a taxa de juros em 125 pontos base desde agosto, com o País entrando em recessão no terceiro trimestre de 2024. O banco central pode cortar mais 50 pontos base nos próximos meses, à medida que avalia a situação.
O Banco Central Europeu (BCE) cortou as taxas em 25 pontos base, uma medida esperada, e mantém a possibilidade de mais cortes para garantir que a inflação na zona euro se mantenha controlada. O BCE já realizou cinco cortes desde Junho de 2024 e prevê três novos cortes durante 2025.
A Reserva Federal (Fed) manteve as taxas de juros estáveis e não prevê uma redução até que dados sobre inflação e emprego mostrem a necessidade de ajustá-las. A política monetária dos EUA está a ser cuidadosamente observada, especialmente com a volta de Trump à presidência.
O Banco de Inglaterra tem sido mais cauteloso, mas espera-se que reduza as taxas em 25 pontos base na próxima reunião. Com uma inflação teimosa, especialmente nos serviços, o banco central prevê mais cortes ao longo de 2025.
O Banco Central da Noruega manteve as taxas de juros em 4,5%, o valor mais alto dos últimos 17 anos, mas planeja reduzir as taxas três vezes durante 2025.
O Banco da Reserva da Austrália (RBA) está a caminho do primeiro corte de taxas deste ciclo, com um forte indício de uma redução de 25 pontos base já em Fevereiro. O mercado já antecipa até três cortes ao longo de 2025.
O Banco do Japão (BoJ) é o único banco central do G10 a adoptar uma política de aumento de taxas, subindo as taxas para 0,5% em Janeiro de 2025, o nível mais alto desde a crise financeira global de 2008. A expectativa é que o BoJ continue a aumentar as taxas, visando uma taxa de pelo menos 1,5% nos próximos dois anos
Fonte: O Económico