Selecionador Nacional mostrou-se, no entanto, feliz com a prestação de Portugal no Campeonato do Mundo
De regresso a Portugal, após a grande prestação no Mundial, o selecionador nacional, Paulo Pereira comentou a receção à Seleção Nacional no aeroporto, que contou com muitos adeptos jovens: «Significa que já começamos a ter ídolos. Sempre tivemos ídolos, mas agora eu acho que há mais ídolos. Ainda por cima temos alguns jovens, atletas jovens. E eles gostam mais desses atletas jovens, identificam-se mais com eles. Portanto, eu acho que estas crianças, nota-se um brilho nos olhos um bocadinho diferente do habitual. Foi espetacular como eles pediam e como se tratavam os atletas pelo nome, como se já conhecessem há muito tempo. Fantástico.»
Sobre o quarto lugar conquistado, o selecionador mostrou felicidade, mas admitiu haver uma «espinha encravada» por os Heróis do Mar não terem chegado à medalha: «Fiquei felicíssimo. Agora, é um bocadinho difícil quando é por um golinho. Estivemos muito perto. Se tivéssemos perdido por 6 ou 7, estaríamos felicíssimos. Um golinho, fica sempre aquela espinha encravada.»
«Nós tivemos uma festa de despedida entre os atletas e treinadores das diferentes seleções e o Gidsel veio e fez-me uma vénia. Portanto, nota-se que há mais respeito pela seleção de Portugal. Os próprios árbitros também respeitam. Estamos, pouco a pouco, com mais estatuto. É fruto de andar lá sistematicamente. Agora vamos para a oitava consecutiva. E cada vez somos mais considerados em termos internacionais. Isso é fruto de trabalho contínuo. E este estatuto vem um pouco daí», referiu o técnico.
Questionado sobre que nota daria à prestação de Portugal, de 0 a 10, o técnico não teve dúvidas: «Dez. Porque nós perdemos o Cavalcanti e houve a questão do Miguel Martins também ter de sair. Dois atletas fundamentais e, sobretudo, uma defesa que precisávamos de um defensor central. Foram nove jogos seguidos com os mesmos defensores. Portanto, foi um esforço brutal. Eu acho que é mesmo dez. Foi a melhor classificação de sempre em competições internacionais. E com estas circunstâncias todas, eu diria mesmo dez.»
«Eu acho que nós não temos de andar obcecados pela medalha. Tem de ser um propósito, tem de ser uma meta. Mas não podemos andar obcecados, porque se nós conseguimos andar nos oito primeiros, sempre, nessas competições, nós estamos sempre no bom caminho», disse, revelando, depois, o que disse a Kiko Costa, no momento emocionante que viralizou, depois do final do jogo com a Alemanha: «Eu disse-lhe que sem ele não era nada. Foi isso que lhe disse. Só isso. Pouco também para o consolar, porque estava ele desfez-se no final do jogo. E eu disse-lhe que sem ele não era nada. Eu estive muitos anos a pensar que eles tinham de estar à minha disposição. Há uns anos, nesta parte, já percebi que eu é que tenho de estar à disposição deles para os ajudar.»
Fonte: A Bola