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Friday, September 19, 2025
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CTA revela que empresas têm mais de 373 milhões de dólares em pagamentos pendentes para o exterior e defende repatriação de receitas dos grandes projectos

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) alertou para a crescente crise de divisas no país, revelando que 63 empresas relataram dificuldades para efectuar pagamentos ao exterior, num total de 373 milhões de dólares em transações pendentes. O impacto tem sido mais severo no sector da aviação, que representa 40% das necessidades não satisfeitas, seguido da indústria, com 26%, e do comércio, com 12%.

A escassez de divisas já levou algumas companhias aéreas a suspender voos para Moçambique e a vender bilhetes exclusivamente no exterior, comprometendo a competitividade da economia nacional. Para a CTA, esta situação exige medidas urgentes por parte do Banco de Moçambique, sob risco de deterioração do ambiente de negócios e de maior pressão sobre o custo de vida.

Exportações cobrem 87% das importações, mas crise persiste

A CTA apresentou dados que mostram que as exportações moçambicanas cobrem 87% das importações, o que, em teoria, deveria evitar uma crise de escassez de divisas. No entanto, o problema reside no facto de grande parte das receitas geradas pelos grandes projetos não ser repatriada, reduzindo a circulação de moeda estrangeira na economia nacional.

Diante deste cenário, a confederação propõe que o Governo implemente medidas para incentivar ou exigir a repatriação dessas receitas, o que permitiria aliviar a pressão cambial e assegurar a fluidez dos pagamentos ao exterior.

Setores mais afectados e os riscos económicos

O sector da aviação está entre os mais prejudicados, com mais de 140 milhões de dólares em pagamentos pendentes, situação que já resultou na redução da oferta de voos e no aumento do custo das passagens aéreas. A indústria, que acumula 92,5 milhões de dólares em pagamentos por regularizar, também enfrenta dificuldades na importação de matérias-primas essenciais para a produção, enquanto o comércio regista 41,1 milhões de dólares em transações atrasadas, o que pode levar ao aumento do preço dos bens e à redução da oferta no mercado.

A CTA alerta que, caso o problema não seja resolvido, a economia poderá enfrentar um agravamento da crise, com impactos directos no encerramento de empresas, no crescimento do desemprego e na consequente instabilidade social. A escassez de produtos importados também poderá gerar um aumento do custo de vida, comprometendo ainda mais o poder de compra das famílias. Além disso, a deterioração da confiança dos investidores poderá reduzir a capacidade do País de atrair capital estrangeiro, afectando a sustentabilidade do sector empresarial.

CTA pede resposta urgente do Banco de Moçambique

Para a CTA, o problema da escassez de divisas deve ser tratado com prioridade máxima pelo Banco de Moçambique, de modo a evitar um colapso na capacidade das empresas de operar normalmente.

A confederação informou que submeterá ao regulador uma documentação detalhada sobre a crise cambial, com o objectivo de demonstrar a gravidade da situação e pressionar por soluções imediatas. O documento sugere que o Banco de Moçambique adopte medidas urgentes para facilitar a entrada de moeda estrangeira e garantir maior previsibilidade no acesso às divisas, ajudando a estabilizar o mercado e a proteger o setor produtivo.

Se a crise não for resolvida rapidamente, diz a CTA, Moçambique poderá enfrentar um período prolongado de instabilidade financeira e social, exigindo soluções imediatas para garantir a fluidez das divisas e a recuperação do ambiente de negócios. A CTA apela ao Banco de Moçambique para que adopte uma abordagem mais ágil e criativa, com o objectivo de estabilizar o mercado e evitar impactos mais graves sobre a economia.

Fonte: O Económico

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