Os preços do petróleo mantiveram-se estáveis nesta sexta-feira, mas caminham para a sua maior queda semanal desde Outubro, à medida que a incerteza sobre a política tarifária dos EUA alimenta receios quanto ao crescimento da procura. O recuo ocorre num momento em que os principais produtores de petróleo se preparam para aumentar a produção, elevando os riscos de sobreabundância no mercado.
O Brent registava um ligeiro acréscimo de 0,24%, cotando-se a 69,63 dólares por barril às 03h15 GMT. Já os futuros do West Texas Intermediate (WTI) subiam 0,18%, para 66,48 dólares por barril.
No entanto, no acumulado da semana, o Brent já desvalorizou 4,9%, enquanto o WTI caiu 4,8%, assinalando a maior queda semanal desde meados de Outubro de 2024.
“Parece que os mercados financeiros entraram em modo de pânico total, sem se deixarem acalmar pelas decisões de Trump de adiar tarifas por um mês ou conceder isenções temporárias”, afirmou Vandana Hari, fundadora da Vanda Insights, especializada em análise de mercados petrolíferos.
A analista destaca que, mesmo perto dos mínimos de quatro meses, os preços do crude continuam vulneráveis a novas quedas.
Política tarifária instável e impactos na procura de petróleo
Na quinta-feira, o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a suspensão das tarifas de 25% sobre a maioria dos produtos importados do Canadá e do México até 2 de Abril, mantendo, no entanto, as tarifas sobre aço e alumínio, que entrarão em vigor já a 12 de Março.
A nova ordem não cobre totalmente os produtos energéticos canadenses, que continuam sujeitos a um imposto separado de 10%. A incerteza em torno destas medidas desacelera as decisões empresariais e prejudica o crescimento económico, impactando negativamente a procura por petróleo.
“Os riscos para os preços do petróleo continuam inclinados para uma tendência descendente, com nova oferta da OPEP+ e de produtores não pertencentes ao cartel, o que pode levar o mercado a uma situação de excesso de oferta”, alerta uma nota da unidade de pesquisa da Fitch, BMI.
Na quarta-feira, os preços do Brent atingiram o nível mais baixo desde Dezembro de 2021, após um aumento das reservas de crude dos EUA e a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) de ampliar as suas quotas de produção.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Com o cenário de incerteza económica e a expectativa de maior oferta de petróleo, os mercados permanecem sob pressão significativa, com analistas a preverem nova volatilidade nas próximas semanas.
Fonte: O Económico