Dólar afunda-se próximo de mínimos de quatro meses com incertezas sobre crescimento

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O dólar norte-americano mantém-se próximo do seu nível mais baixo em quatro meses, num contexto de crescente incerteza económica e instabilidade das políticas comerciais dos Estados Unidos. A decisão do Presidente Donald Trump de adiar por um mês a imposição de tarifas sobre importações mexicanas e canadianas revelou-se insuficiente para impulsionar a moeda, que continua a perder força face às principais divisas internacionais.

Na manhã desta sexta-feira, 07/03/2025, o dólar registou uma nova desvalorização em relação ao franco suíço, atingindo um mínimo de três meses de 0,8820 francos suíços. A moeda norte-americana também perdeu terreno face ao dólar canadiano e ao peso mexicano, num reflexo da inquietação dos investidores quanto ao impacto das tarifas protecionistas de Trump, que poderão ser aplicadas a todos os parceiros comerciais dos EUA a partir de 2 de Abril.

“Os sinais de que o excepcionalismo económico dos Estados Unidos está a enfraquecer continuam a aumentar”, afirmou Kieran Williams, Director da área de Câmbios na InTouch Capital Markets. Segundo o especialista, o dólar perdeu o seu estatuto de activo preferencial dos mercados, num momento em que os receios inflacionistas provocados pelas tarifas já não são suficientes para sustentá-lo.

Emprego sob escrutínio: arrefecimento económico à vista?

O foco dos mercados esta sexta-feira recai sobre os dados do emprego não-agrícola nos EUA, que podem indicar um abrandamento do crescimento económico. De acordo com previsões de economistas inquiridos pela Reuters, estima-se que a economia norte-americana tenha criado 160.000 novos postos de trabalho em Fevereiro, um aumento ligeiro face aos 143.000 registados em Janeiro, enquanto a taxa de desemprego deverá permanecer nos 4,0%.

No entanto, dados divulgados pela consultora global Challenger, Gray & Christmas indicam que o sector público dos EUA anunciou 62.242 cortes de empregos em Fevereiro, abrangendo 17 agências federais. No total, os despedimentos anunciados atingiram 172.017 postos de trabalho, um volume que não se observava desde as últimas duas recessões norte-americanas.

Estes desenvolvimentos poderão influenciar a decisão da Reserva Federal (Fed) em relação à política monetária. O presidente da Fed, Jerome Powell, deverá comentar a situação mais tarde nesta sexta-feira, numa intervenção que poderá oferecer pistas sobre os próximos passos do banco central. Actualmente, os mercados já antecipam uma redução das taxas de juro em 77 pontos-base ao longo de 2025.

Mercados cambiais e criptomoedas

O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana face a um cabaz de seis divisas principais, recuou 0,05% para 104,15 pontos. O euro mantém-se firme, negociando a 1,0790 dólares, depois de atingir um máximo de quatro meses na sessão anterior, impulsionado pelo forte aumento dos rendimentos das obrigações europeias e pela revisão em alta das previsões de inflação do Banco Central Europeu (BCE).

A libra esterlina negociava a 1,28845 dólares, enquanto o dólar registava um recuo de 0,09% face ao iene japonês, cotando-se a 147,86 ienes. No Japão, a maior confederação sindical do país exigiu um aumento salarial superior a 6%, a maior subida reivindicada em mais de 30 anos, reforçando a possibilidade de um aumento das taxas de juro por parte do Banco do Japão.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Nos mercados de criptomoedas, o Bitcoin registava uma queda de 4,61%, cotando-se a 85.354,63 dólares. Entretanto, a Casa Branca anunciou a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin, financiada com activos apreendidos em processos judiciais de natureza criminal ou civil, segundo revelou David Sacks, responsável pela política de criptomoedas da administração Trump.

Fonte: O Económico

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