Economia doméstica sob tensão: Encolhe no último trimestre de 2024 e persiste a fragilidade no início de 2025

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O Produto Interno Bruto de Moçambique registou uma queda acentuada de 4,9% no último trimestre de 2024, pressionado pelos efeitos da instabilidade política, dos choques climáticos e da fragilidade estrutural de sectores essenciais. Mesmo sem considerar a produção de gás natural, a contracção económica manteve-se severa, espelhando os entraves à retoma da actividade produtiva nacional.

O Boletim de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação, do Banco de Moçambique, referente a Março 2025, refere que a economia moçambicana enfrenta, em 2025, um momento de fragilidade, arrastando os efeitos de um final de 2024 conturbado. No quarto trimestre do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) real contraiu 4,9% em termos homólogos, marcando uma inflexão negativa após um crescimento de 3,7% no trimestre anterior. Esta queda foi ainda mais sintomática quando excluída a contribuição do gás natural liquefeito (GNL), com o PIB a contrair 3,1%, após um crescimento de 2,8% no terceiro trimestre.

A análise sectorial da publicação periódica do Banco Central, revela que os segmentos mais penalizados foram os da indústria extractiva, indústria transformadora, comércio e serviços, bem como transportes e comunicações. Estes sectores, que normalmente sustentam a base da economia real, foram severamente afectados por duas frentes principais: por um lado, a tensão sociopolítica vivida após o ciclo eleitoral de 2024, que paralisou investimentos e dificultou operações logísticas; por outro, os choques climáticos, que comprometeram infra-estruturas e travaram cadeias de produção e abastecimento.

A fonte sublinha que o desempenho acumulado do ano de 2024 confirma o abrandamento da economia, com um crescimento global de apenas 1,9%, uma desaceleração pronunciada face aos 5,4% registados em 2023. O contexto macroeconómico mostrou-se, assim, marcado pela instabilidade e pela erosão das condições de retoma sustentada.

Para o primeiro trimestre de 2025, o Boletim de Conjuntura Económica projeta a manutenção da trajectória negativa, ainda que com menor intensidade. Espera-se uma contracção do PIB real (excluindo o GNL), influenciada pelo funcionamento condicionado da economia – reflexo da destruição de activos físicos, da limitação das infra-estruturas e da persistente incerteza no ambiente de negócios. Ainda assim, o Banco de Moçambique antecipa uma retoma progressiva da actividade económica a partir do segundo trimestre, à medida que se restabeleçam as condições mínimas para o investimento e a mobilidade produtiva.

Fonte: Boletim de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação – Março 2025, Banco de Moçambique.

Fonte: O Económico

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