Falando esta terça-feira, no distrito de Báruè, província de Manica, durante um encontro com jovens, o governante lembrou que a geração da luta de libertação nacional já cumpriu a sua missão, cabendo agora aos jovens actuais transformar o país com base na geração de riqueza e auto-suficiência.
O Chefe do Estado sublinhou que a liberdade política conquistada em 1975 foi fruto do sacrifício de jovens “mais novos do que nós que estamos aqui”, que pegaram em armas para libertar o país do domínio colonial.
“A 25 de Junho de 1975, o saudoso Presidente Samora Moisés Machel proclamou a nossa independência nacional. E ficámos livres politicamente”.
No entanto, advertiu que a independência política não é suficiente se o país continuar economicamente dependente. “Moçambique só vai ser rico se cada um dos moçambicanos for rico honestamente. Nunca vai ser rico enquanto os próprios moçambicanos são pobres”, advertiu, defendendo uma geração de jovens “nervosos”, que rejeitam a pobreza e lutam todos os dias para melhorar de vida.
Durante a sua intervenção, Chapo traçou uma linha do tempo desde o período colonial, passando pela luta de libertação, até aos dias actuais, para ilustrar os ganhos da independência. “Aqui em Báruè, onde nós estamos, não havia energia eléctrica. Esta escola secundária, este pavilhão, esta estrada asfaltada, o hospital […] não havia nada. Isto tudo que estão a ver é a conquista da nossa independência”.
O estadista recomendou ainda aos jovens a leitura do livro Pai Rico, Pai Pobre, como forma de estimular uma nova mentalidade virada para o empreendedorismo. “Você não precisa ser empregado. Você tem que ter empregados. Você tem que ser empregador”, disse, acrescentando que a pobreza não é apenas material, “é uma pobreza mental”.
Para operacionalizar esta visão, o Chefe do Estado revelou a criação de novos mecanismos de apoio ao empreendedorismo juvenil, como o Fundo de Desenvolvimento Económico Local. “Decidimos que 60 ou 70 por cento deste valor vai para jovens. Estes jovens têm que ter juízo”, alertou, lembrando experiências passadas em que fundos públicos foram mal utilizados.
Daniel Chapo reiterou o compromisso do Governo com o diálogo nacional inclusivo para pôr fim aos ciclos de violência pós-eleitoral. “Temo-nos encontrado com todos os partidos políticos para encontrarmos um consenso de um Moçambique onde haja paz, segurança, harmonia, e não haja discurso de ódio entre irmãos”, declarou.
Fonte: O País