OPEP Revê em Baixa Crescimento da Oferta de Petróleo Fora da Aliança em 2025

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A queda de preços e cortes no investimento estão a abalar a previsão de crescimento da produção nos EUA e noutras economias não-OPEP+.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reviu esta quarta-feira, em baixa, a sua previsão de crescimento da produção petrolífera por parte de países fora da aliança OPEP+ para 2025. A decisão reflecte o impacto da recente queda nos preços do crude e a expectativa de menor investimento no sector de exploração e produção.

Num contexto de incerteza nos mercados energéticos, a OPEP anunciou, no seu relatório mensal, uma redução de 100 mil barris por dia (bpd) na sua previsão de crescimento da produção petrolífera por parte de países fora da aliança OPEP+ para o ano de 2025. A nova previsão aponta agora para um crescimento de 800 mil bpd, abaixo da estimativa anterior de 900 mil bpd.

Esta revisão ocorre na sequência de uma acentuada descida dos preços do petróleo, que tem sido influenciada por múltiplos factores, incluindo a decisão da OPEP+ de acelerar o aumento da sua produção entre Maio e Junho, bem como o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos sob a administração Trump.

A organização indicou ainda que o investimento em exploração e produção (E&P) fora da OPEP+ deverá recuar cerca de 5% em 2025, invertendo a trajectória de 2024, ano em que o investimento aumentou em 3 mil milhões de dólares, atingindo os 299 mil milhões USD.

“O potencial impacto da redução de investimentos na produção em 2025 e 2026 constitui um desafio relevante, mesmo com os contínuos esforços da indústria em matéria de eficiência e produtividade”, sublinha o relatório da OPEP.

Apesar do corte, os Estados Unidos continuam a ser apontados como o principal motor do crescimento da oferta global em 2025, embora a OPEP tenha também revisto em baixa essa previsão: de 400 mil para 300 mil bpd.

Do lado da procura, as projecções para 2025 e 2026 foram mantidas inalteradas, após cortes efectuados no mês anterior devido aos dados fracos do primeiro trimestre e às perturbações comerciais associadas à escalada tarifária global.

No mercado, o Brent manteve a tendência descendente após a publicação do relatório, negociando abaixo dos 66 dólares por barril, valor ainda acima da cotação de 5 de Maio, quando atingiu os 60 dólares – o nível mais baixo desde 2021.

Produção no Cazaquistão e cumprimento das quotas

O relatório da OPEP também destaca uma redução na produção conjunta dos países da OPEP+, que caiu 106 mil bpd em Abril, totalizando 40,92 milhões bpd. O maior decréscimo foi registado no Cazaquistão, com um corte de 41 mil bpd – embora o país continue a produzir acima da sua quota estabelecida no âmbito da OPEP+.

Países como Irão, Líbia e Nigéria também reduziram a sua produção, num cenário em que a aliança OPEP+ avança para um aumento gradual da oferta, desmantelando parcialmente os cortes anteriormente adoptados para sustentar os preços no mercado internacional.

Perspectivas comerciais e normalização parcial do comércio

O relatório da OPEP faz ainda referência ao acordo comercial entre os Estados Unidos e a China, assinado esta semana, como um sinal positivo para a estabilidade dos fluxos comerciais, embora as tarifas permaneçam em níveis superiores aos verificados antes da escalada iniciada em Abril.

“O acordo de 90 dias entre os EUA e a China sugere potencial para entendimentos mais duradouros, embora com tarifas possivelmente acima dos níveis pré-escalada”, lê-se no documento.

Fonte: O Económico

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