O ensino técnico no país mereceu debate, esta terça-feira, no espaço de comentários com Rogério Uthui, tendo como mote a demora na emissão de certificados por parte das instituições. O comentador do programa aponta a ineficácia de quem tem a responsabilidade de formar como uma das causas.
“A instituição tem que produzir as provas, as tais evidências, e se não o faz, ela não é acreditada. Não sendo acreditada, todo o corpo de estudante que frequentou aquela competência não vai obter a certificação. A coisa boa é que a ANEP pode ter uma cota parte da culpa, porque o treino foi, talvez, incipiente. Para uma reforma tão grande como esta, que implicava o treino das instituições, dos directores, daqueles que controlam as instituições, o treino foi incipiente. Então, as pessoas não se puderam beneficiar de um bom treinamento e entender a essência das mudanças, eles continuaram pensar que tudo seria igual”, explicou o Uthui
Para mudar o actual quadro, Rogério Uthui sugere maior organização das instituições de ensino técnico.
“O ensino técnico profissional é muito caro. Imaginemos que estejas a treinar hotelaria e turismo, cada estudante tem que ter sempre a produção de bolos, ele tem que ter farinha, tem que ter gás no forno, etc, e isso, nós não estamos a conseguir garantir em cada escola. Portanto, a questão dos consumíveis (…) o ensino técnico é muito carro e exige, além de equipamento, consumíveis, sempre. Então, um dos grandes nós de estrangulamento que as instituições estão a enfrentar é esta falta de consumíveis”, disse.
Uthui entende ainda que é preciso adoptar medidas enérgicas sobre os responsáveis pelas instituições do ensino técnico no país como forma de tornar célere o processo de emissão de certificados.
“Nem que tenhamos que castigar o directores (…) temos que produzir as evidências para certificar o estudante. O pior que podemos pensar é fechar os olhos e certificar, mas aí teremos aquele caso do piloto que só sabe levantar voo e não sabe aterrar”, acrescentou.
Rogério Uthui considera também que a Autoridade Nacional de Educação Profissional, ANEP, deve rever os seus métodos de funcionamento.
Fonte: O País