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A intensificação do conflito entre Israel e Irão reavivou a procura por activos considerados seguros, fazendo o dólar norte-americano subir face às principais moedas, numa reacção clássica dos mercados a choques geopolíticos com potencial de escalada armada e disrupção económica global.
Moeda Norte-Americana Reforça-se com a Tensão no Médio Oriente
Na sexta-feira, o dólar valorizou-se 0,3% face ao iene japonês, para 143,88, e 0,1% face ao franco suíço, para 0,8110, enquanto o índice do dólar – que mede o seu desempenho face a uma cesta de moedas – subiu 0,5%, para 98,2 pontos. A subida quebra dois dias consecutivos de perdas, reflectindo o movimento defensivo dos investidores.
Israel atacou várias instalações militares e nucleares no Irão, tendo causado numerosas baixas. Em resposta, Teerão lançou centenas de mísseis balísticos, alimentando receios de uma guerra prolongada. A instabilidade reforçou o apelo do dólar como activo de refúgio.
Ouro e Petróleo Avançam com o Aumento das Apreensões
Em simultâneo, o ouro valorizou-se 1,6%, atingindo 3.437,21 dólares por onça, beneficiando da procura por segurança. O petróleo também disparou: os futuros do crude norte-americano subiram mais de 8%, fixando-se em 73,76 dólares por barril, o maior valor em vários meses.
Estes movimentos refletem o temor de que uma guerra no Médio Oriente possa interromper o fornecimento energético global e exacerbar pressões inflacionistas.
Euro e Iene Recuam; Psicologia de Mercado Domina
O euro caiu 0,4%, para 1,1539 dólares, interrompendo um rali de quatro sessões. Apesar disso, manteve ganhos em termos semanais. O iene também recuou, embora o dólar se mantenha em rota de perda semanal de quase 1% face à moeda japonesa, a maior desde meados de Maio.
Para analistas como Juan Perez, da Monex USA, trata-se de uma reacção psicológica e imediata dos mercados a choques físicos e militares. “Quando há potencial de prolongamento e escalada do conflito, o dólar e o ouro emergem como os primeiros destinos do capital defensivo”, afirmou.
Incerteza Ofusca Dados Macroeconómicos Positivos
Apesar de os índices de confiança dos consumidores nos EUA terem superado as expectativas — com o índice da Universidade de Michigan a subir para 60,5 em Junho —, os investidores ignoram temporariamente os dados macroeconómicos, optando por uma atitude prudente perante a volatilidade geopolítica.
Fonte: O Económico