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Wednesday, October 29, 2025
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Desenvolvimento socioeconómico na agenda dos partidos libertadores

NILZA GUNE, EM JOANESBURGO

DISCUTIR as estratégias de desenvolvimento socioeconómico dos países da região da África Austral que lutaram contra os governos coloniais português, britânico e o sistema segregacionista do “apartheid” é uma das prioridades da Cimeira destas formações políticas que inicia hoje, em Gauteng, na África do Sul.

O evento junta a Frelimo; a Organização Popular do Sudoeste Africano (SWAPO), da Namíbia; União Nacional Africana do Zimbabwe-Frente Patriótica (ZANU-PF); Chama Cha Mapinduzi, da Tanzania; e Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e Congresso Nacional Africano (ANC), este último é anfitrião.

Durante os quatro dias os movimentos de libertação pretendem também reflectir sobre os desafios que partilham a começar pela estabilidade política, democracia, desenvolvimento e justiça social.

Estas temáticas serão apreciados ao mais alto nível pelos presidentes destas formações políticas que, segundo a secretária-geral-adjunta do ANC, Nomvula Mokonyane, alguns já confirmaram a presença.

“A cimeira que junta todos os movimentos de libertação é muito importante e estratégica. A última vez foi em 2022, não com todos os presidentes, mas com os secretários-gerais. Este é excepcional. Todos os presidentes virão. Mesmo aquele que não virá enviará um representante com uma mensagem gravada, é o caso da Tanzania. Outros presidentes vêm”, garantiu.

Estão igualmente presentes o antigo presidente Joaquim Chissano, o antigo dirigente da África do Sul Thabo Mbeki e o actual, Cyril Ramaphosa.

A cimeira decorre sob o lema “Defender os ganhos da libertação, avançar no desenvolvimento socioeconómico integrado e fortalecer a solidariedade para uma África melhor”, na qual os partidos libertadores reafirmam o compromisso colectivo com a unidade africana, desenvolvimento, igualdade de género e a resistência contra o neocolonialismo e a dominação imperial.

PERFIL HISTÓRICO DAS FORÇAS POLÍTICAS

OS partidos presentes na cimeira têm em comum o legado de terem lutado pela independência nacional, recorrendo tanto à força militar como à negociação política. A reunião em Gauteng é, portanto, não apenas um fórum político, mas também um símbolo de resistência, memória e renovação.

A Frelimo governa o país desde a independência em 1975 e desempenhou um papel crucial na luta contra o colonialismo português.

Eduardo Mondlane é o fundador e primeiro presidente da organização e depois da sua morte foi sucedido por Samora Machel, primeiro presidente após a independência. Seguiu-se Joaquim Chissano, depois Armando Guebuza e Filipe Nyusi. Agora é liderado por Daniel Chapo.

A SWAPO é um partido político e ex-movimento de libertação da Namíbia. A Namíbia, anteriormente conhecida como Sudoeste Africano, foi colonizada pela Alemanha e, após a Primeira Guerra Mundial, ficou sob mandato da Liga das Nações, administrada pela África do Sul. A independência foi conquistada em 21 de Março de 1990, após um longo processo de negociações e conflitos. Actualmente, a SWAPO é o partido no poder, mas a oposição política tem crescido e se diversificado, com partidos como o Movimento dos Sem Terra e o Movimento Democrático Popular ganhando espaço. 

A União Nacional Africana do Zimbabwe- Frente Patriótica (ZANU-PF) é o partido político no poder desde a independência do país em 1980. Liderado inicialmente por Robert Mugabe, o partido tem sido a força política dominante, com uma história marcada pela luta pela independência e pela subsequente governação.

Robert Mugabe foi uma figura central na história do ZANU-PF, liderando o partido desde a independência até 2017, quando foi removido da liderança após um golpe de estado que levou à ascensão de Emmerson Mnangagwa como presidente e líder do ZANU-PF.

Esta formação política tem enfrentado desafios, incluindo críticas à sua governação, a perda do controlo exclusivo do parlamento em 2008 e a crise económica no país, mas continua a ser a força política dominante.

O Chama Cha Mapinduzi (CCM) é o partido que está há mais tempo no poder em África. Foi formado em 1977 através da fusão da União Nacional Africana de Tanganyika e do Partido Afro-Shirazi. O CCM tem vencido todas as eleições gerais desde 1995, mantendo uma forte maioria na Assembleia Nacional. 

O partido é visto como tendo uma forte influência na política e nas decisões do governo na Tanzania, mesmo após a introdução do multipartidarismo. 

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) é um partido político angolano que governa o país desde a independência em 1975. O MPLA desempenhou um papel crucial na luta pela independência e tem sido a força política dominante em Angola desde então. 

O MPLA continua sendo uma força política importante em Angola, com influência em diversas áreas da sociedade e da economia. 

Já o Congresso Nacional Africano (ANC) é um partido político e movimento de libertação nacional na África do Sul. Foi fundado em 1912 como Congresso Nacional Nativo Sul-Africano. Teve um papel crucial na luta contra o “apartheid” e, após o fim do regime, liderou as primeiras eleições multirraciais em 1994, com Nelson Mandela como presidente. Actualmente, é o partido dominante na África do Sul, embora enfrente críticas e desafios internos. 

 

Fonte: Jornal Noticias

 

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