Segundo tese partilhada esta tarde pelo ministro das Comunicações e Transformação Digital, com o advento da digitalização assistiu-se a um “boom” de meios que operam no sector de comunicação social em Moçambique, muitas dos quais sem o devido licenciamento, aproveitando não só a abertura tecnológica como também a ausência de uma regulamentação específica para o sector.
Uma das consequências deste fenómeno, segundo Américo Muchanga, é a pressão a que se assiste sobre os meios de subsistência de entidades que operam no mercado em condições de legalidade.
A título de exemplo, apontou a disputa da publicidade comercial entre os dois segmentos de operadores, sendo hoje possível que, um mero blogueiro, com apenas um laptop e pouco mais, capte publicidade comercial em níveis que concorrem com entidades como a Televisão de Moçambique, que têm custos elevados de manutenção das suas operações.
“É preciso disciplinar o mercado para que não ocorra este tipo de concorrência que penaliza a indústria formal (…)”, disse.
O ministro, que palestrou sobre o tema “Comunicação Social em Moçambique na contemporaneidade: regulação e desafios na era digital” no quadro do IV Conselho Coordenador do GABINFO, que decorre no distrito de Manjacaze, em Gaza, também partilhou ideias sobre literacia digital no país, tendo destacado que o Governo tem planos de formação sobre a matéria, não obstante esta não deva ser uma tarefa exclusiva do executivo.
“É preciso ensinar as pessoas a lidar melhor com a informação abundante nas redes sociais. Ensiná-las que nem tudo que lá vem é verdade, que não devem partilhar qualquer informação que recebem dos grupos de WhatsApp, por exemplo. Esta é uma tarefa que deve ser assumida também pelos órgãos de comunicação, e partilhada com todos, pois cada um de nós pode ser um agente activo nesta educação (…)”, anotou Américo Muchanga.
Legenda: Plenária do IV Conselho Coordenador do Gabinfo que decorre em Manjacaze
Fonte: Jornal Noticias