Inhambane aposta em acções antecipadas para combater a seca

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Mais de dois milhões de moçambicanos poderão enfrentar insegurança alimentar severa até ao fim deste ano, devido à acentuada escassez de chuvas, sobretudo no Sul do país. A província de Inhambane, uma das mais afectadas pela estiagem prolongada, está a apostar num programa de acções antecipadas à seca, focado nas áreas de água, saneamento e segurança alimentar, com vista a fortalecer a resiliência das comunidades em zonas áridas.

A cada ano que passa, chove menos — e a zona Sul de Moçambique está no centro da crise. A prolongada estiagem já comprometeu as colheitas em vastas áreas rurais, e, segundo previsões oficiais, mais de dois milhões de moçambicanos poderão enfrentar insegurança alimentar severa até ao fim deste ano.

“Em Moçambique, em particular, estima-se que cerca de 2,3 milhões de pessoas possam enfrentar insegurança alimentar aguda até o final da época de 2024/2025. E também os estudos feitos pelo INGD confirmam esta tendência associada ao fenómeno El Niño com impacto significativo na agricultura e consequentemente na insegurança alimentar”, explicou Cândido Mapute, director do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) na região Sul do país.

Com a seca a agravar-se e a ameaça de fome a crescer, o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres está a pôr em marcha, na província de Inhambane, programas de acções antecipadas para mitigar os efeitos da estiagem. As intervenções focam-se nas áreas críticas de água, saneamento e segurança alimentar, segundo deu a conhecer o delegado da instituição na província de Inhambane, Gilberto Miguel.

Miguel disse que, neste momento, estão em prática algumas acções, dentre elas “a reabilitação das fontes de água, a transformação de furos de água para os sistemas multifuncionais, a componente de segurança alimentar, que é o aprovisionamento de sementes tolerantes à seca para os estritos, motobombas, dentre outros insumos”.

O delegado do INGD em Inhambane disse ainda que estão em curso acções ligadas ao sistema de aviso prévio.

O programa de acções antecipadas contra a seca está já em implementação nos distritos de Mabote e Funhalouro, dois dos mais vulneráveis à escassez de água em Inhambane.

Com esta intervenção, segundo Gilberto Miguel, o INGD pretende fortalecer a resiliência das comunidades locais aos choques climáticos. “Nós tivemos populações que tiveram a oportunidade de suprir todas as componentes, para não dizer também que tivemos populações que provavelmente poderiam estar numa situação de insegurança alimentar, mas porque houve aprovisionamento de sementes, aprovisionamento de outros insumos de produção, a tempo e hora, tivemos que reduzir aquilo que poderia ser o número da população a precisar de uma assistência alimentar”, garantiu Gilberto Miguel.

Um estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) revela que cada dólar investido em acções antecipadas contra a seca permite poupar até 23 dólares em assistência alimentar de emergência.

Fonte: O País

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