Por: Alfredo Júnior
O projeto Mozambique LNG, localizado na Bacia do Rovuma, dá sinais claros de retoma após mais de dois anos de paralisação devido à instabilidade no norte de Moçambique. As empresas sul-coreanas HD Hyundai e Samsung Heavy Industries aguardam a confirmação de encomendas de navios transportadores de gás natural liquefeito (LNG), num valor estimado em 20 mil milhões de dólares, para apoiar a logística da operação.
A TotalEnergies, líder do consórcio, tem intensificado os trabalhos de avaliação de segurança na província de Cabo Delgado, em articulação com as autoridades moçambicanas e forças internacionais presentes na região. Fontes ligadas ao setor indicam que a decisão final de investimento poderá ser anunciada em breve, caso as condições no terreno se mantenham estáveis.
O LNG de Moçambique é visto como um trunfo estratégico para o mercado global, especialmente numa altura em que a procura por alternativas ao gás russo continua elevada. A retoma do projeto poderá colocar o país como um dos principais fornecedores mundiais, gerando receitas significativas para a economia nacional e novas oportunidades de emprego e formação para a população local.
Entretanto, as gigantes da construção naval sul-coreana preparam-se para receber as encomendas de navios que, além de transportar o LNG moçambicano, reforçarão a frota global dedicada à transição energética. A concretização deste pacote logístico poderá representar um marco histórico, ligando diretamente a indústria de Moçambique às principais rotas de energia no mundo.
Se confirmada, a reativação do Mozambique LNG será não apenas um passo decisivo para a economia moçambicana, mas também um sinal de confiança do investimento internacional na estabilidade e potencial do país.