Foi naquela igreja que Alfredo Chamusso deu os primeiros passos para a edificação da Igreja Metodista Unida de Malhangalene. Hoje, o ancião de 100 anos retorna ao mesmo local, desta vez numa marcha lenta que revela a grandeza de uma vida dedicada à comunidade.
Porque nunca caminhou sozinho, foi construída uma biblioteca em sua homenagem. Um espaço físico com a extensão da sua história.
Ao contemplar a biblioteca que agora leva o seu nome, Alfredo Chamusso definiu-se como alguém que ama a família e a aprendizagem.
“Eu não me conhecia de mim mesmo, mas através desta obra já me conheço também. Quero agradecer aos meus filhos por este sacrifício para me fazer tirar tudo o que está no meu coração para fora. Por isso, muito obrigado meus filhos e meus netos e todos que trabalharam até haver este edifício”, agradeceu o ancião da igreja metodista.
As rugas no rosto denunciam o peso do tempo, mas também um homem com hábitos próprios.
“Pela vontade de Deus, eu sou um homem que não gosta de copos. Sou um homem que gosta de ter uma mulher. Sou um pai que gosta de filhos que gostam de aprender”, disse Alfredo Chamusso.
Para a Igreja, o gesto simboliza reconhecimento a quem, durante décadas, contribuiu não só para o crescimento espiritual da comunidade, mas também para a formação de gerações.
“A homenagem desta biblioteca é uma contribuição. É uma homenagem, principalmente, do senhor Alfredo Chamusse, um ancião que contribuiu muito para o crescimento de toda a igreja Metodista Unida no geral, mas também desta paróquia de Malhangalene, em particular”, sublinhou Xavier Guambe, pastor da igreja
A celebração coincidiu com o jubileu dos 50 anos de cargo pastoral, outro marco que reforça o legado de Alfredo Chamusso.
Entre cânticos, orações e memórias partilhadas, a comunidade destacou que a nova biblioteca é também uma semente para o futuro, um espaço onde o conhecimento florescerá para além da sua vida.
Fonte: O País