Filho de 15 anos mata pai por alegada violência doméstica

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Um trágico episódio abalou o bairro de Ndlavela, na Matola, onde um adolescente de apenas 15 anos tirou a vida do próprio pai, com recurso a uma faca.

O crime ocorreu dentro de casa, na cozinha, segundo o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Maputo, Cláudio Ngulele. Segundo a PRM, a discussão, que culminou no homicídio de André Filipe, jurista e funcionário da Autoridade Tributária (AT), de 41 anos de idade, foi motivada pelo fraco aproveitamento escolar do menor,  o que teria levado o pai a agredi-lo.

O adolescente, que confessou o crime, disse que o pai era um agressor da família e temido por todos. “Ele bateu a porta, eu peguei uma faca que estava na mesa. Quando levantou a mão para me agredir, eu o ameacei, mas chegou perto, fechei os olhos e o esfaqueei”, contou.

O episódio ocorreu na presença da mãe grávida de 9 meses e dos irmãos, que não conseguiram impedir a tragédia, segundo o adolescente.

Contudo, esta realidade é contrariada pelos vizinhos e amigos da família que descrevem André Filipe como um homem pacífico e de boa conduta. “Sou vizinho e nunca ouvi que o tio André é agressivo e mesmo o miúdo tem boa conduta, não compreendo o que terá acontecido”, disse Arsénio. O discurso é sublinhado pelo amigo da família, que classifica a amizade de pai e filho como “doce”. “Eles eram amigos e unidos, o pai tinha boa conduta e investia na educação do filho”, afirmou Armando.

O adolescente foi detido pela Polícia e o caso já segue para as instâncias judiciais competentes.

O sociólogo Costa Ivo referiu que a recorrência de casos similares em Moçambique revela fragilidades nas instituições sociais e uma preocupante exposição à violência dentro das famílias. Costa Ivo ressalta que “é urgente que a sociedade repense suas estratégias para a formação e construção do homem do amanhã, buscando prevenir tragédias como esta.”

“Este caso levanta reflexões profundas sobre a dinâmica familiar, a proteção dos jovens e o papel das instituições no combate à violência doméstica em nosso país”, sublinhou Costa.

Fonte: O País

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