Ouro Ultrapassa os 3.500 Dólares e Bate Recorde Histórico com Expectativas de Cortes de Taxa nos EUA

0
8

O ouro ultrapassou a barreira simbólica dos 3.500 dólares por onça, estabelecendo um novo recorde histórico, impulsionado pelas expectativas de cortes iminentes nas taxas de juro da Reserva Federal dos Estados Unidos e pelo aumento da incerteza em torno da independência do banco central.


O preço do ouro para entrega imediata chegou a 3.508,73 dólares por onça antes de corrigir ligeiramente durante a sessão asiática desta terça-feira. Desde o início do ano, o metal precioso já valorizou mais de 30%, posicionando-se como um dos activos de melhor desempenho entre as principais matérias-primas.

O movimento foi alimentado pelo discurso do presidente da Fed, Jerome Powell, que abriu a porta a uma redução das taxas ainda este mês. O relatório de emprego dos Estados Unidos, a divulgar na sexta-feira, deverá reforçar a percepção de arrefecimento do mercado laboral, cenário que sustenta a possibilidade de cortes mais agressivos.

Para a estratega Joni Teves, do UBS, “os investidores estão a aumentar as suas alocações em ouro, especialmente à medida que se aproximam cortes das taxas de juro. O nosso cenário base é que o ouro continue a registar novos máximos nos próximos trimestres”.

A escalada do ouro coincide com a intensificação das críticas do Presidente norte-americano, Donald Trump, à Fed. A tentativa de afastar a governadora Lisa Cook e a recente decisão de um tribunal de apelação, considerando ilegais as tarifas impostas pela Casa Branca, aumentaram a incerteza regulatória e reforçaram a procura por activos de refúgio.

A prata tem acompanhado a tendência de forma ainda mais expressiva. O metal branco, valorizado não apenas como reserva de valor mas também pelo seu uso industrial em tecnologias de energia limpa, ultrapassou os 40 dólares por onça pela primeira vez desde 2011, acumulando uma subida superior a 40% no ano. Segundo o Silver Institute, o mercado caminha para o quinto ano consecutivo de défice de oferta.

Os fluxos de investimento em fundos cotados (ETFs) lastreados em prata aumentaram pelo sétimo mês consecutivo em Agosto, contribuindo para a escassez de stock em Londres e pressionando as taxas de aluguer do metal para níveis em torno de 2%, muito acima da média histórica próxima de zero.

Outros metais registaram desempenhos mistos. O platina avançou, enquanto o paládio recuou. O Índice Bloomberg Dollar Spot manteve-se estável, limitando parte da volatilidade cambial, mas o enfraquecimento do dólar em meses anteriores ajudou a impulsionar a procura por metais preciosos em grandes mercados consumidores como a China e a Índia.

Com os preços do ouro em território inexplorado acima dos 3.500 dólares, analistas sublinham que os próximos dias serão cruciais para aferir se o metal consegue sustentar fechos diários acima deste patamar, consolidando assim uma nova fase do seu ciclo ascendente.

Fonte: O Económico

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu nome aqui
Por favor digite seu comentário!