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Moçambique Precisa de 11 Mil Milhões de Dólares por Ano Para Cumprir Objectivos de Desenvolvimento e Reforça Gestão de Recursos Naturais

Moçambique enfrenta um défice estrutural de financiamento estimado em 11 mil milhões de dólares por ano para conseguir atingir os seus compromissos de desenvolvimento sustentável. Paralelamente, o país procura reforçar a gestão de fluxos de recursos naturais como estratégia de resiliência económica, beneficiando directamente as comunidades locais mas enfrentando ainda perdas avultadas devido a práticas ilícitas e comércio ilegal.


De acordo com o representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Moçambique, Flávio Soares da Gama, a ausência de financiamento adequado compromete a capacidade de o país cumprir as metas definidas nos ODS e na Agenda 2063 da União Africana. Dos 11 mil milhões de dólares anuais necessários, cerca de 6,4 mil milhões deveriam ser canalizados para investimento em infra-estruturas.

Contudo, as fugas financeiras ilícitas constituem um obstáculo crítico: só em 2016, Moçambique perdeu 26,4 milhões de dólares devido a fluxos ilícitos, montante que poderia ter sido aplicado em projectos de desenvolvimento. Para o BAD, este é um “flagelo” que precisa ser combatido com políticas firmes e melhor capacidade de governação.

Neste quadro, Moçambique é um dos seis países beneficiários do GONAT – Gestão de Fluxos de Recursos Naturais para Reforçar a Resiliência Económica em Países Frágeis e em Transição. O programa prevê até 2026 o fortalecimento da monitorização, da arquitectura institucional e da capacidade nacional para gerir de forma sustentável os recursos naturais, bem como o combate a fluxos ilícitos de capitais e à exploração descontrolada de recursos.

Paralelamente, o Governo tem procurado assegurar que as comunidades beneficiem directamente das riquezas naturais. Segundo o ministro da Agricultura, Pescas e Ambiente, Roberto Albino, nos últimos três anos foram canalizados 400 milhões de meticais para comunidades locais, provenientes de 20% das receitas da exploração florestal e faunística.

As comunidades são as verdadeiras detentoras dos recursos e devem ter retornos financeiros directos da sua exploração”, sublinhou Albino, defendendo uma maior participação das populações na gestão sustentável.

No entanto, os desafios mantêm-se. Estudos recentes apontam que mais de 30% do pescado capturado em Moçambique tem origem em práticas ilegais, causando perdas económicas estimadas em mais de 60 milhões de dólares por ano.

Para o Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Valá, que participou no diálogo político realizado em Maputo, os recursos naturais e humanos são os maiores activos do país, pelo que a sua gestão criteriosa é essencial para garantir desenvolvimento inclusivo e duradouro.

O BAD reafirmou a sua disponibilidade para apoiar Moçambique na mobilização de capitais, na implementação de políticas de governação dos recursos e na capacitação institucional, de modo a transformar os recursos naturais em motores efectivos de crescimento e de melhoria das condições de vida das populações.

Fonte: O Económico

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