Educação de Adultos: Nunca é Tarde para Aprender

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Por: Gelva Aníbal

Em várias comunidades moçambicanas, ainda persiste a ideia de que a educação é um privilégio reservado apenas aos jovens. Toda via, cada vez mais adultos demonstram que aprender não tem idade e que regressar aos estudos é um gesto de coragem, dignidade e transformação pessoal.

Para muitos homens e mulheres, o abandono escolar foi uma imposição das circunstâncias: pobreza, responsabilidades familiares precoces ou a falta de instituições de ensino nas proximidades. Anos depois, o arrependimento é frequente, mas a parte agradavel é que nunca é tarde para retomar o caminho da aprendizagem.

Na cidade de Maputo, por exemplo, a alfabetização e o ensino de adultos estão a ganhar expressão, permitindo que pessoas de diferentes idades aprendam a ler, escrever e até avancem para níveis mais elevados de escolaridade.

Histórias de mulheres que regressaram à sala de aulas após décadas, ou de pais que dividem o tempo entre o trabalho e os livros, mostram que a educação não só abre portas profissionais, como também reforça a autoestima e a participação ativa na sociedade.

Uma das maiores barreiras continua a ser o receio do julgamento, muitos adultos sentem vergonha de sentar-se numa carteira ao lado de jovens, mas as iniciativas de ensino inclusivo provam que todos são bem-vindos e respeitados no mesmo espaço. Aliás, a experiência de vida dos adultos, aliada à vontade de aprender, enriquece o ambiente da sala de aulas e torna-o mais diverso.

Os benefícios da educação de adultos vão muito além do indivíduo. Um pai ou mãe alfabetizado consegue apoiar os filhos nas tarefas escolares, interpretar documentos oficiais, gerir melhor o seu pequeno negócio e exercer plenamente os seus direitos e deveres como cidadão.

Nos últimos anos, o Governo moçambicano e várias organizações da sociedade civil têm investido em programas de educação não formal, ensino à distância e cursos profissionalizantes, adaptados às necessidades e horários dos trabalhadores.

Aprender é um direito humano fundamental. Cada caderno aberto por um adulto representa uma vitória contra a exclusão social e a ignorância. O regresso aos estudos pode ser desafiante, mas os ganhos superam qualquer receio. O futuro não pertence apenas aos jovens, mas também àqueles que, com coragem, decidem reescrever a própria história palavra por palavra.

 

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