O primeiro, na aldeia de Ntoyo, custou a vida de pelo menos 71 pessoas. O segundo, em Fotodu, matou 18 congoleses. No total, esses ataques deixaram 89 civis mortos em uma única noite.
Proteção diária da população
No domingo, o subsecretário-geral da ONU para Operações de Paz, Jean-Pierre Lacroix, concluiu uma visita de quatro dias à nação africana, que incluiu reuniões com o presidente Félix Tshisekedi, a primeira-ministra Judith Suminwa, membros do governo e líderes da oposição.
Ele ressaltou que as autoridades congolesas querem que a Missão de Paz da ONU na RD Congo, Monusco, permaneça atuando no país.
Em visita à província de Ituri, onde existem dezenas de campos de deslocados, Lacroix explicou que a presença da Monusco é essencial para a segurança da população.
Ele destacou que “centenas de milhares de pessoas dependem dos oficiais da Monusco para sua proteção diária”.
O subsecretário-geral também visitou a cidade de Beni, que se tornou a capital provisória do Kivu do Norte, desde a captura de Goma pelo grupo armado M23. Durante a visita, ele reafirmou o compromisso contínuo da ONU em apoiar a paz e a estabilidade na RD Congo.

Ganhos nos últimos 30 anos estão sendo desfeitos
Na quarta-feira, o representante da ONU para os Direitos Humanos na RD Congo, Patrice Vahard, abordou a situação no país africano durante a 60ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra.
Ele disse que o país vive “uma reversão de três décadas de investimento no fortalecimento do Estado de Direito e na promoção dos direitos humanos”.
Segundo Vahard, os ganhos obtidos no combate ao recrutamento de crianças, à violência sexual e de gênero e à impunidade estão sendo desfeitos.
Ele relatou que desde janeiro, o M23 e forças estrangeiras atacaram o judiciário, matando juízes, advogados e testemunhas, destruindo evidências e libertando os perpetradores de graves abusos.
O especialista adicionou que a cidade de Goma, no leste do país, era antes um centro de empreendedorismo e comércio, mas agora enfrenta deslocamentos em massa.
Vahard ressaltou que isso pode deixar uma geração inteira “presa novamente na violência e na instabilidade”.
Fonte: ONU