Resumo
O ouro recuou quase 1% na quarta-feira, para 3.658,25 USD/onça, após atingir um recorde histórico de 3.707,40 USD, devido aos comentários de Jerome Powell sobre o corte de juros. A volatilidade marcou a sessão, com investidores cautelosos devido à postura do presidente da Reserva Federal. O Deutsche Bank aumentou a previsão para 2026, esperando uma média de 4.000 USD/onça. Outros metais preciosos também desceram: a prata caiu 2,4%, a platina recuou 2,2% e o paládio desvalorizou 2,6%. Apesar das quedas, o ouro mantém-se como ativo preferido em tempos de incerteza, impulsionado por compras de bancos centrais e procura de refúgio. A tendência ascendente reflete a busca global por segurança e diversificação, num contexto de políticas monetárias flexíveis e riscos macroeconómicos persistentes.
O ouro recuou quase 1% na quarta-feira, para 3.658,25 USD/onça, após ter escalado um recorde histórico de 3.707,40 USD mais cedo na sessão. O movimento ocorreu à medida que os mercados digeriam os comentários do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, depois do corte de 0,25 pontos percentuais nas taxas de juro.
A sessão foi marcada por forte volatilidade. O corte de juros, o primeiro do ano após uma pausa desde Dezembro, teria potencial para impulsionar ainda mais o metal precioso, uma vez que taxas mais baixas reduzem o custo de oportunidade de deter activos não remunerados como o ouro. Contudo, a mensagem de Powell de que o banco central se encontra numa posição de “reunião a reunião” e de que a medida reflecte sobretudo gestão de riscos levou investidores a adoptarem cautela.
Segundo Tai Wong, analista independente do mercado de metais, “a retracção ou, pelo menos, uma consolidação é saudável; não espero uma correcção profunda, a não ser que os preços caiam abaixo do suporte técnico de 3.550 USD”.
Os fundamentos permanecem sólidos. O ouro valorizou 39% desde o início do ano, impulsionado por compras robustas de bancos centrais, procura de refúgio em face de tensões geopolíticas e comerciais, diversificação face ao dólar e pela própria fraqueza da moeda norte-americana.
O Deutsche Bank reforçou esta tendência ao elevar a sua previsão para 2026, esperando agora uma média de 4.000 USD/onça, acima dos 3.700 USD anteriormente estimados.
Outros metais preciosos acompanharam a retracção: a prata caiu 2,4%, para 41,51 USD/onça; a platina recuou 2,2%, para 1.360 USD; e o paládio desvalorizou 2,6%, para 1.145,44 USD.
Apesar da descida pontual, a trajectória de médio prazo do ouro mantém-se ascendente, consolidando o metal como activo preferido em tempos de incerteza. O seu desempenho é um reflexo da procura global por segurança e diversificação, num contexto de políticas monetárias mais flexíveis e riscos macroeconómicos persistentes.
Fonte: O Económico