Por: Gentil Abel
O economista Rosário Fernandes, antigo militante da Frelimo, manifestou-se em carta dirigida ao Partido Anamola, na qual enaltece o surgimento da nova força política, descrevendo-a como inovadora e promotora de mudanças.
No documento, com três páginas, Fernandes estabelece paralelos entre o aparecimento do Anamola e o nascimento da Frelimo, bem como de outros movimentos africanos que marcaram épocas de transformação. Ainda assim, sublinha que existem diferenças importantes.
Segundo o autor, o Anamola “nunca precisou de armas, gás lacrimogéneo ou blindados para chegar ao Conselho de Estado”, bastando-se com “uma solução digital, de grande alcance comunicativo”, apoiada pela mobilização popular dentro e fora do país.
A carta refere também as eleições de 9 de outubro, destacando que o presidente interino do Anamola obteve “resultados históricos que abalaram a Frelimo”, embora o Conselho Constitucional o tenha declarado como o segundo candidato mais votado, decisão que Fernandes considera “solene e recorrível”.
No entanto, O economista aponta a Frelimo como principal adversário político do Anamola, mas acredita que este poderá facilmente duplicar o número de membros através de novas adesões e da migração de militantes de outras forças, incluindo da própria Frelimo.
Na área da gestão financeira, Fernandes recomenda que o Anamola se distinga pela transparência. Critica o facto de a Frelimo depender mais de investimentos empresariais e de fontes não auditadas do que das quotas dos seus filiados, defendendo que o novo partido deve privilegiar contribuições públicas, avaliações periódicas e uma prestação de contas rigorosa.
O economista confirmou ainda ser o autor da carta e esclareceu ter abandonado a Frelimo em 2024, não estando actualmente ligado a qualquer partido político.






