Resumo
Moçambique e a Arábia Saudita reforçaram a sua parceria estratégica durante a celebração do 95.º Dia Nacional do Reino em Maputo, destacando um crescimento de 18% no comércio bilateral em 2024 e apontando novas oportunidades de cooperação em energia, infraestruturas, agronegócio e educação. O intercâmbio comercial entre os dois países aumentou devido às exportações moçambicanas de gás natural e produtos agrícolas, e aos investimentos sauditas em infraestruturas. As relações diplomáticas, estabelecidas em 1998 e reforçadas em 2016, abrangem diversas áreas, incluindo agricultura, energias renováveis e saúde. Empresários moçambicanos veem na Arábia Saudita oportunidades em turismo, desporto, agronegócio e energias limpas, destacando o interesse saudita em investir em Moçambique. A parceria económica entre os dois países promete crescimento inclusivo e sustentável.
Comércio em expansão
Segundo dados oficiais, o intercâmbio comercial entre os dois países registou em 2024 um aumento de 18%, impulsionado sobretudo pelas exportações moçambicanas de gás natural e produtos agrícolas e pelos investimentos sauditas em sectores estratégicos de infra-estruturas.
O Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Valá, afirmou que o objectivo do Governo é transformar esta dinâmica em mais oportunidades para o sector privado. “É desejo do Governo moçambicano ver incrementadas as trocas comerciais entre os dois países. Para tal, exortamos o sector privado a abraçar os esforços dos nossos governos, contribuindo para o fortalecimento do comércio e para o bem-estar socioeconómico dos nossos povos”, sublinhou.
Cooperação estratégica
As relações diplomáticas entre Moçambique e Arábia Saudita, estabelecidas em 1998 e reforçadas pelo Acordo Geral de Cooperação de 2016, conheceram novo dinamismo nos últimos anos. Hoje abrangem áreas que vão da agricultura às energias renováveis, passando por infra-estruturas, saúde, educação, recursos minerais e assistência humanitária.
A Visão 2030 da Arábia Saudita foi destacada como referência: um plano de diversificação económica que aposta em inovação, energias limpas e neutralidade carbónica até 2060. Entre os projectos emblemáticos estão o campo de gás de xisto de Jafura, iniciativas de dessalinização sustentável e a mineração de lítio e cobre.
Do lado moçambicano, foi apresentada a Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2025–2044, que privilegia industrialização, modernização de infra-estruturas e adaptação às mudanças climáticas — pontos que encontram convergência com a experiência saudita.
Oportunidades empresariais
O sector privado de ambos os países demonstrou entusiasmo. Empresários moçambicanos identificaram a Arábia Saudita como uma “porta aberta para o mundo”, com oportunidades em turismo, desporto, agronegócio e energias limpas.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Para Noor Momade, PCA da Cotur, o momento é de capitalizar o interesse saudita: “As relações entre Moçambique e a Arábia Saudita são excelentes e temos de aproveitar estes momentos para trocar contactos, experiências e sinergias. Eles têm muita vontade de investir em Moçambique, e o nosso país é importante para eles. Agora é uma questão de fazermos as coisas acontecerem”.
O encontro em Maputo reafirmou que a parceria Moçambique–Arábia Saudita já não é apenas diplomática, mas assume crescente relevância económica. A convergência entre a Visão 2030 saudita e a Estratégia Nacional moçambicana 2025–2044 abre espaço para que as trocas comerciais e os investimentos estratégicos se multipliquem, transformando potencial em resultados concretos de crescimento inclusivo e sustentável.
Fonte: O Económico





