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Wednesday, December 3, 2025
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Areias pesadas de Chibuto: mais de 250 famílias reivindicam indemnizações

Resumo

Cerca de 250 famílias reassentadas devido ao projeto das areias pesadas de Chibuto manifestaram-se em frente às instalações do Governo Distrital, exigindo compensações atrasadas desde 2016. As famílias das comunidades locais acusam a empresa chinesa Dingsheng Minerals, responsável pela exploração das areias, de não cumprir os acordos de indemnização e de não fornecer empregos ou apoio social. As autoridades locais estão a tentar resolver o conflito, mas não há prazos definidos. Enquanto isso, o grupo ameaça permanecer no local até que os seus direitos sejam restabelecidos, aguardando uma resposta da empresa.

Pelo menos 250 famílias reassentadas no âmbito do projecto das areias pesadas de Chibuto amotinaram-se, desde segunda-feira, defronte das instalações do Governo Distrital, para exigir as suas compensações. O problema começou em 2016. O grupo reclama ainda de exclusão e de falta de serviços sociais básicos.

Famílias das comunidades de Mudumeia, Mudada, Mabekwane e Mutsikwane estão revoltadas com as autoridades do Governo Distrital e a Dingsheng Minerals, empresa de capitais chinesas que explora as areias de Chibuto, em Gaza.

Os queixosos, que se amotinaram defronte das instalações do Governo Distrital desde a madrugada desta segunda-feira, acusam a empresa de não ter  pagado por completo as indemnizações combinadas a propósito do reassentamento que arrancou em 2016, na zona de Nwahamuza.

“E a Dingsheng Minerals, quando a empresa chegou, levou as nossas terras onde nós cultivamos,  mas até à data de hoje a empresa não está a responder. Nem dinheiro, nem emprego, nem nada. Dormimos aqui, na rua. Chegámos ontem, às 5h, mas nós decidimos que, antes de ter a resposta correcta, nós não vamos sair daqui, porque já estamos cansados”, lamentou o representante do grupo.

Os queixosos, na sua maioria idosos, falam ainda de exclusão das comunidades no quadro da implementação do projecto de areias pesadas, entre outras promessas que nunca saíram do papel.

“Os esquemas daqueles que estão ali, no escritório, os esquemas da parte do Governo também. Quando não tem dinheiro, vai ficar em casa. Agora, neste ano, já levou 15 mil meticais, partindo de 15 mil meticais para ter vaga. Aquelas casas que nos foram dadas em Nwahamuza, estamos a abandonar, porque, quando chove, todas as casas estão a entornar. Se a empresa vê que não consegue me pagar, é só devolver os meus terrenos”, exigiu um dos populares.

A administradora de Chibuto, Cacilda Banze, admitiu a existência de um  conflito entre a empresa de exploração das areias pesadas e as quatro comunidades de Chibuto, e que o assunto está em discussão a nível da província.

“Começámos a pegar o assunto agora que cheguei, conjuntamente com os dirigentes provinciais, e até podemos dizer que a nível superior da empresa estamos a trabalhar e esperamos que brevemente iremos dar a resposta. Podemos dizer que, neste momento, temos acima de 250 famílias reassentadas, mas existem outras, porque a área de exploração que eles vão explorar é cerca de 10 hectares, 10 mil hectares que eles têm, da mineradora, é uma área grande e que tem muitos empreendimentos das pessoas, que precisam de ser reassentadas.”

Questionada sobre os prazos para resolução do conflito que opõe as populações à empresa chinesa, a governante respondeu: “Não, ainda não há datas, mas nós esperamos que seja breve, porque também é do interesse da empresa. Temos de responder às preocupações, e também é um interesse a nível provincial e a nível distrital, para não continuarmos com famílias a sofrerem. Estão aqui desde ontem, ainda não foram para casa, estão à espera da resposta, e nós estamos a apelar a eles para que esperem quando estiverem em casa, porque a resposta há-de vir”, prometeu.

Entretanto, o grupo ameaça permanecer no local até à reposição dos seus direitos. Sobre este e outros assuntos, o jornal O País procurou ouvir a mineradora, mas os seus representantes  prometeram pronunciar-se oportunamente.

Fonte: O País

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