Resumo
A Ministra das Finanças de Moçambique, Carla Loveira, destacou em Washington a importância de estratégias fiscais credíveis e reformas estruturais sustentáveis para enfrentar os desafios atuais da África Subsaariana. Nas reuniões do FMI e do Banco Mundial, enfatizou a necessidade de âncoras fiscais credíveis, políticas orçamentais realistas e reformas consistentes para promover a estabilidade macroeconómica e a inclusão social. Moçambique afirmou-se como um ator da diplomacia económica africana, defendendo reformas fiscais profundas, transparência na dívida pública e integração das políticas orçamentais com o desenvolvimento sustentável, visando um crescimento inclusivo e a confiança dos mercados. A participação de Moçambique nestas plataformas globais reforça a sua influência técnica e diplomática, alinhando-se com a visão de uma África fiscalmente responsável e institucionalmente resiliente.
FMI: Âncoras Credíveis e Reformas Sustentáveis
Sob o lema “Navegando Pelos Desafios Fiscais na África Subsahariana – Estratégias Resilientes e Âncoras Credíveis em Águas Turbulentas”, a reunião da Constituência Africana do Grupo 1 do FMI avaliou o impacto das actuais pressões sobre os orçamentos africanos, num contexto de choques globais em cascata, instabilidade geopolítica, mudanças climáticas e condições financeiras mais restritivas.
A ministra moçambicana destacou que a sustentabilidade fiscal exige disciplina, transparência e reformas estruturais consistentes que permitam expandir o espaço orçamental e reduzir a vulnerabilidade externa.
“Precisamos de âncoras fiscais credíveis e políticas orçamentais realistas que conciliem estabilidade macroeconómica e inclusão social”, sublinhou Carla Loveira.
A reunião enfatizou ainda o papel dos acordos apoiados pelo FMI como instrumentos para estimular reformas estruturais, particularmente em estados frágeis e afectados por conflitos.
Banco Mundial: Foco em Estratégia de Médio Prazo e Diversificação Institucional
No mesmo dia, a Ministra das Finanças presidiu à Reunião da Primeira Constituência Africana do Banco Mundial, dedicada à Estratégia de Médio Prazo e à revisão do relatório do painel da Constituência.
O encontro abordou a mobilização de recursos financeiros e técnicos, o reforço do apoio ao sector privado e o desenvolvimento de capacidades institucionais e de inclusão dentro da organização.
A Constituência é composta, além de Moçambique, por Quénia, Uganda, Malawi, Botswana, Burundi, Eritreia, Etiópia, Lesoto, Libéria, Namíbia, Ruanda, Seychelles, Serra Leoa, Somália, Sudão do Sul, Tanzânia e Zimbabwe, e constitui uma das plataformas de coordenação africana no seio do Grupo Banco Mundial.
Moçambique Afirma-se como Actor da Diplomacia Económica Africana
As intervenções de Carla Loveira nas duas instituições reforçam o posicionamento de Moçambique como interlocutor activo da estabilidade fiscal e da boa governação económica em África.
O país tem defendido a necessidade de reformas fiscais profundas, maior transparência da dívida pública e integração das políticas orçamentais com as agendas de desenvolvimento sustentável.
“A nossa prioridade é garantir que a disciplina fiscal se traduza em crescimento inclusivo e confiança dos mercados”, afirmou a ministra.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Com esta participação, Moçambique reforça a sua influência técnica e diplomática nas principais plataformas de decisão financeira global, alinhando-se à visão de uma África fiscalmente responsável e institucionalmente resiliente.
Fonte: O Económico