Mphanda Nkuwa: A Nova Âncora da Transição Energética Moçambicana
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) reafirmou o seu compromisso com o Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa (GMNK), após uma missão técnica a Moçambique destinada a discutir as garantias de risco e o apoio à linha de transporte de energia associada ao empreendimento.
A barragem será construída no rio Zambeze, cerca de 61 quilómetros a jusante de Cahora Bassa, e é considerada a maior aposta energética da África Austral nos últimos 50 anos.
O BAD classificou o projecto como estratégico para a segurança energética regional e destacou o potencial de Moçambique como fornecedor de energia limpa e competitiva. A missão incluiu engenheiros, analistas financeiros e peritos ambientais que visitaram o local e dialogaram com as autoridades locais e provinciais.
Banco Mundial Introduz Modelo de Financiamento com Partilha de Riscos
O Banco Mundial confirmou o seu apoio indirecto ao projecto, por meio de financiamento concessionário, garantias de risco político e seguros de investimento, marcando uma nova abordagem de parceria público-privada multilateral.
De acordo com a Associated Press, o projecto será desenvolvido por um consórcio liderado pela TotalEnergies, Électricité de France (EDF) e pela estatal Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).
Durante a sua visita a Moçambique, o Presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, afirmou que “a electricidade não é apenas luz, é oportunidade”, sublinhando que o acesso à energia em Moçambique quase duplicou desde 2018, passando de 31% para cerca de 60% em 2024.
O Presidente Daniel Chapo destacou o carácter transformador do projecto, frisando que Mphanda Nkuwa será um catalisador de industrialização, inclusão energética e crescimento sustentável.
Investimento Estrutural com Desafios Macroeconómicos
Com previsão de entrada em funcionamento em 2031, o projecto de 1.500 MW é um pilar da Estratégia Nacional de Transição Energética, integrando Moçambique no mercado eléctrico regional da SADC.
Contudo, persistem desafios. O consultor energético Evaristo Cumbane sublinha a necessidade de equilibrar grandes investimentos estruturais com soluções descentralizadas que garantam acesso em zonas rurais e remotas.
A dívida pública moçambicana, estimada em 17 mil milhões de dólares no primeiro trimestre de 2025, é apontada como um dos riscos, a par dos impactos sociais e ambientais sobre comunidades ribeirinhas — onde 1.400 famílias poderão ser reassentadas.
Energia, Sustentabilidade e Financiamento: O Triplo Pilar de Mphanda Nkuwa
Com um investimento entre 5 e 6 mil milhões de dólares e forte envolvimento de parceiros multilaterais, Mphanda Nkuwa simboliza a nova geração de projectos estratégicos em África, baseados na partilha de riscos e na sustentabilidade económica e ambiental.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>O sucesso do empreendimento consolidará Moçambique como fornecedor regional de energia limpa, reforçando as exportações para a África do Sul, Zimbabué e Malawi, e impulsionando a industrialização nacional.
Fonte: O Económico