p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>O Presidente da República destacou a experiência moçambicana na gestão de riscos climáticos e defendeu a criação de mecanismos globais mais inclusivos e tecnologicamente avançados para previsão e mitigação de desastres naturais.
O Presidente da República, Daniel Chapo, defendeu hoje, em Genebra, uma “nova abordagem global” à mitigação de desastres naturais, baseada no uso de tecnologias avançadas e na cooperação científica internacional, durante o Congresso Extraordinário da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), onde foi orador principal.
A intervenção do Chefe do Estado, aguardada por representantes de 193 países membros das Nações Unidas, marcou o ponto alto da sessão inaugural do Congresso, que decorre de 20 a 23 de Outubro, centrando-se em novas estratégias para fortalecer a previsão e resposta a fenómenos meteorológicos extremos.
Segundo a agenda do evento, a OMM discute a criação de um budget suplementar para o biénio 2026-2027, destinado a projectos de monitorização climática e integração de tecnologias emergentes, incluindo Inteligência Artificial, na previsão de eventos meteorológicos.
Na sua intervenção, Daniel Chapo destacou a experiência moçambicana como exemplo de sucesso na redução do impacto humano e material de desastres naturais, sublinhando que “apesar da frequência dos ciclones e cheias, o número de vítimas e a dimensão dos danos tem vindo a diminuir graças à resiliência construída e à capacidade de resposta precoce”.
“Queremos partilhar com o mundo a experiência de um país que, embora exposto, tem aprendido a transformar vulnerabilidade em resiliência e a enfrentar desafios com soluções próprias e inovadoras”, afirmou o Presidente.
A Organização das Nações Unidas reconheceu Moçambique como um dos países africanos com melhor desempenho em gestão de desastres, tendo sido designado campeão regional pela União Africana na área de prevenção e mitigação de calamidades naturais.
O ministro das Comunicações e Transformação Digital, Américo Muchanga, que integra a comitiva presidencial, explicou aos jornalistas que Moçambique propõe uma abordagem integrada que articule meteorologia, digitalização e ciência de dados para criar sistemas de alerta mais rápidos e precisos.
“A iniciativa de Aviso Prévio para Todos, alinhada à Agenda 2030 das Nações Unidas, só será eficaz se integrar capacidades locais, inovação tecnológica e parcerias globais”, referiu Muchanga.
Diplomacia Climática e Cooperação Internacional
A deslocação de Daniel Chapo à Suíça insere-se na estratégia de reforço da diplomacia climática moçambicana. Genebra, sede de várias organizações internacionais e multilaterais, constitui um espaço privilegiado para mobilizar apoio técnico e financeiro à implementação de políticas de adaptação e mitigação das alterações climáticas.
O Chefe do Estado sublinhou que Moçambique procura consolidar as suas parcerias bilaterais e multilaterais, atraindo investimento estrangeiro e fortalecendo a cooperação científica. “Esta é uma oportunidade para mostrar ao mundo o que temos feito e, ao mesmo tempo, construir novas alianças para o desenvolvimento sustentável”, afirmou.
Elogio à Diáspora Moçambicana na Suíça
À margem do congresso, o Presidente reuniu-se com a comunidade moçambicana residente na Suíça, num encontro que juntou cerca de 200 participantes. Chapo elogiou o papel da diáspora na promoção da imagem de Moçambique e no apoio a iniciativas de solidariedade social e económica.
“O trabalho, a disciplina e o patriotismo dos moçambicanos na diáspora são um contributo essencial para o nosso desenvolvimento”, disse, acrescentando que o Governo está a rever políticas alfandegárias para facilitar a entrada de bens de apoio humanitário e agrícola provenientes de doações do exterior.
A data do encontro coincidiu com o 39.º aniversário da morte de Samora Machel, tendo o Presidente homenageado o primeiro Chefe de Estado independente, reafirmando que “a unidade nacional, a paz e a soberania continuam a ser pilares da nossa identidade colectiva”.
Visão de Futuro
Nas suas declarações em Genebra, Daniel Chapo defendeu que a resposta global às mudanças climáticas deve assentar em ciência, inovação e solidariedade. Sublinhou ainda que “nenhum país é demasiado pequeno para contribuir para soluções globais” e que Moçambique quer continuar a ser “parte activa da resposta mundial aos desafios climáticos”.
Fonte: O Económico