O governo de Marrocos anunciou um aumento significativo no orçamento dedicado à Educação e à Saúde para 2026, fixando o valor em cerca de 140 mil milhões de dirhams (aproximadamente 15 mil milhões de dólares), o equivalente a 10% do PIB nacional. A decisão surge na sequência de protestos liderados sobretudo por jovens, que exigem melhores condições nos serviços públicos e uma reforma estrutural no sistema educativo.
Nos últimos meses, várias manifestações expuseram o descontentamento popular face ao desemprego, à desigualdade e à perceção de que a educação já não garante mobilidade social. O governo foi pressionado a responder e, pela primeira vez em vários anos, assume publicamente a educação como eixo prioritário de investimento.
Segundo fontes governamentais, o novo orçamento prevê reforços na formação de professores, melhoria de infraestruturas escolares e combate às desigualdades regionais, sobretudo em zonas rurais. No entanto, especialistas alertam que a eficácia desta medida dependerá da capacidade de execução e da fiscalização dos recursos, num país onde a distância entre promessa política e realidade concreta é frequentemente grande.
Este movimento é observado com atenção noutros países africanos, onde os desafios são semelhantes. A questão central permanece: o aumento do investimento será suficiente para transformar um sistema educativo em crise ou trata-se apenas de uma resposta temporária à pressão das ruas?