A Autoridade Reguladora das Comunicações de Moçambique (INCM) lançou, esta segunda-feira, o Projecto “Big Data” nas Telecomunicações em Resposta aos desastres naturais. A iniciativa visa reforçar a capacidade nacional de prevenção e resposta a emergências, através do envio de mensagens de alerta por SMS e IVR (Resposta Interactiva de Voz).
No lançamento, ocorrido na Cidade de Maputo, a Presidente do Conselho de Administração do INCM, Helena Fernandes, destacou que o projecto nasce de uma visão partilhada de colocar a tecnologia ao serviço da segurança e do bem-estar dos cidadãos, num contexto em que Moçambique enfrenta, de forma recorrente, os impactos das alterações climáticas.
“Vivemos uma era em que as mudanças climáticas deixaram de ser uma ameaça distante para se tornarem uma realidade que desafia o nosso quotidiano. Um alerta a tempo pode salvar uma vida”, afirmou Helena Fernandes.
A nova plataforma permite enviar mensagens de alerta geolocalizadas, por SMS ou voz, para informar e orientar a população em tempo real sempre que há risco de desastres, como ciclones, cheias ou epidemias.
Segundo a instituição, o sistema assegura cobertura nacional, interoperabilidade entre redes e um fluxo seguro de validação e envio de campanhas, garantindo que apenas entidades devidamente autorizadas possam emitir alertas.
O projecto conta com a participação activa de várias instituições, entre elas o Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE), o INGD, o INAM, o MISAU, o MDN, o MINT, as Administrações Regionais de Águas (ARA-Sul, ARA-Centro e ARA-Norte), a PRM e o SENSAP.
Cada entidade dispõe de identificadores de remetente (Sender IDs), permitindo comunicações oficiais e verificáveis. Os agentes destas instituições já receberam formação técnica e prática sobre o uso do sistema, reforçando a sua capacidade operacional.
“Cada mensagem enviada por este sistema pode representar uma vida protegida, uma comunidade avisada e um risco mitigado. É uma conquista colectiva em prol da prevenção e mitigação dos riscos de desastres naturais”, sublinhou Helena Fernandes.
O INCM reafirmou ainda o compromisso de continuar a promover soluções tecnológicas e humanas integradas, alinhadas aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e à adaptação climática nacional, consolidando uma sociedade mais resiliente e preparada.
Intervindo no evento, a Presidente do INGD, Luísa Meque, disse que “as redes de comunicações podem ser afectadas pelo colapso das suas infra-estruturas, devido aos eventos extremos ou sobrecarrega das redes, o que pode requerer o uso de tecnologias alternativas”.
Por conta da imprevisibilidade dos desastres naturais e situações adversas impostas pela natureza, disse Luísa Meque, é “fundamental treinar continuamente as equipas de emergência e os gestores de sistemas de comunicações e transmissão de dados na busca de soluções alternativas para prevenir a interrupção da transmissão de dados ou informações”.
Fonte: O País