Resumo
O Presidente de Moçambique, Daniel Francisco Chapo, foi recebido na Casa Branca pelo Vice-Presidente dos EUA, JD Vance, numa visita de trabalho que tem sido descrita como um marco na política externa moçambicana. O encontro focou-se no reforço da cooperação económica, abordando temas como energia, infraestruturas, investimento direto, agricultura, turismo, transição digital, segurança e educação. Chapo destacou o compromisso de criar um ambiente favorável ao investimento estrangeiro e promover uma parceria equilibrada baseada em resultados concretos e transparência. Moçambique pretende diversificar a economia, investir na industrialização, modernizar a agricultura e expandir o setor energético, incluindo projetos de gás natural, energia solar e hídrica, com o objetivo de ser um fornecedor estratégico de energia limpa na região.
Num cenário de elevada simbologia diplomática e com forte carga política, o Presidente da República de Moçambique, Daniel Francisco Chapo, foi recebido esta quinta-feira, 30 de Outubro, na Casa Branca, em Washington D.C., pelo Vice-Presidente dos Estados Unidos da América, JD Vance. O encontro decorreu no âmbito da Visita de Trabalho que o Chefe de Estado moçambicano realiza aos Estados Unidos desde o dia 25, e foi descrito por fontes diplomáticas como um dos momentos mais significativos da política externa de Moçambique nos últimos anos.
O ambiente na sede do poder norte-americano era de cordialidade e de reconhecimento mútuo. À chegada, o Presidente Chapo foi recebido com honras protocolares e acompanhado por membros da sua delegação e altos funcionários da administração norte-americana. Nas palavras de observadores em Washington, “a reunião com JD Vance foi um gesto de grande peso político”, não apenas por se tratar da Casa Branca, mas porque o Vice-Presidente representou o Presidente DonaldTrump, ausente do país em missão oficial pelo continente asiático. Na prática, JD Vance assumiu, naquele momento, o papel de número um da hierarquia política norte-americana, o que traduz, segundo fontes diplomáticas, o valor que os Estados Unidos atribuem à relação com Moçambique e ao papel do país como actor de estabilidade e desenvolvimento na África Austral.
Durante o encontro, Daniel Chapo e JD Vanceconversaram longamente sobre as relações bilaterais e os caminhos para o reforço da cooperação económica entre os dois países. A agenda da reunião incluiu temas centrais como a energia, as infraestruturas, o investimento directo norte-americano, a agricultura, o turismo, a transição digital, a segurança e a educação. No centro das conversações, estava a ambição de construir uma parceria moderna, assente em confiança mútua e benefícios recíprocos.
Daniel Chapo destacou, desde o início, que Moçambique está empenhado em “criar um ambiente atractivo e previsível para o investimento estrangeiro”, e que o país está a “abrir uma nova era de cooperação económica”, baseada em resultados concretos e transparência. O Chefe de Estado moçambicano sublinhou ainda que o objectivo do Governo é transformar o potencial económico do país em desenvolvimento real e sustentável. “Queremos uma parceria equilibrada, que não se baseie apenas em ajuda, mas em investimento produtivo, inovação e transferência de conhecimento”, afirmou.
O Presidente explicou que o país está a diversificar a sua economia e a apostar fortemente na industrialização, na modernização da agricultura e na expansão do sector energético, incluindo o desenvolvimento de projectos de gás natural, energia solar e hídrica. Chapo frisou que Moçambique quer posicionar-se como “um fornecedor estratégico de energia limpa” para a região da África Austral, contribuindo, ao mesmo tempo, para a redução da dependência energética de países vizinhos.
Por seu turno, o Vice-Presidente JD Vance elogiou o percurso de estabilidade e de reformas que Moçambique tem vindo a consolidar. Reconheceu “os avanços notáveis” nas áreas da governação económica e da gestão das finanças públicas, sublinhando que os Estados Unidos vêem em Moçambique “um parceiro confiável e com visão de futuro”. Vance afirmou que a Administração norte-americana está disponível para “aprofundar as relações económicas e apoiar projectosestruturantes que criem emprego e impulsionem o crescimento sustentável”.
O dirigente norte-americano destacou também o interesse dos EUA em reforçar a cooperação no domínio da energia, sobretudo em projectos de transição energética e de modernização de infraestruturas. “Moçambique é um país com vasto potencial, com sol, água e gás. Acreditamos que pode ser um actor central na transformação energética de África e estamos prontos para apoiar esse caminho”, afirmou JD Vance, segundo fontes próximas do encontro.
A conversa estendeu-se igualmente a temas de segurança marítima, combate ao terrorismo e desenvolvimento humano. Daniel Chapo reiterou a importância de Moçambique ser visto como “um pilar de paz e segurança” na região, reforçando o compromisso do país com o diálogo e a cooperação internacional. Segundo fontes da delegação moçambicana, o Presidente sublinhou a necessidade de os parceiros internacionais investirem não apenas em projectos de grande escala, mas também em iniciativas de capacitação, inovação tecnológica e formação de jovens.
JD Vance, por sua vez, mostrou-se particularmente interessado nas políticas moçambicanas de capacitação técnica e digitalização do Estado. O Vice-Presidente destacou a importância de formar quadros nacionais capazes de gerir e sustentar os investimentos externos, apontando Moçambique como exemplo de um país que está a alinhar crescimento económico com responsabilidade social. “O que vemos em Moçambique é um modelo de desenvolvimento que privilegia as pessoas, a educação e o equilíbrio ambiental”, referiu.
A recepção do Presidente moçambicano na Casa Branca é vista como um marco histórico na política externa do país. É a primeira vez que Daniel Chapo, na qualidade de Chefe de Estado, é recebido ao mais alto nível nos Estados Unidos, consolidando a presença de Moçambique no radar estratégico da política americana para África. Analistas ouvidos pelo O País sublinham que este encontro “é o culminar de uma série de interacções diplomáticas que Moçambique tem vindo a desenvolver com instituições norte-americanas, incluindo o FMI, o Banco Mundial, a DFC e o Millennium ChallengeCorporation (MCC)”.
A importância política do encontro é reforçada pelo perfil de JD Vance, considerado um dos rostos mais promissores da nova geração política norte-americana. Com formação em Ciência Política e Direito, Vanceganhou projeção como autor e analista antes de ingressar na vida política, onde se destacou pela defesa de uma diplomacia pragmática e de alianças estratégicas sustentáveis. Hoje, é uma voz influente na definição das políticas económicas e externas de Washington, particularmente nas relações com o continente africano.
Fontes próximas da Casa Branca consideram que a reunião com Daniel Chapo representa “uma nova etapa na aproximação entre Washington e Maputo”, num contexto em que os Estados Unidos procuram reforçar parcerias com países africanos politicamente estáveis e com potencial económico relevante. O encontro vem, assim, consolidar a imagem de Moçambique como parceiro de confiança, num continente cada vez mais central nas disputas geopolíticas e energéticas globais.
No final da audiência, o Presidente Daniel Chapo reafirmou o compromisso de Moçambique em “trabalhar com todos os parceiros que acreditam no desenvolvimento partilhado e no progresso sustentável”. Para o Chefe de Estado, o caminho passa por “investir em pessoas, na inovação e na boa governação, porque o crescimento só é real quando melhora a vida das populações”.
JD Vance, ao despedir-se, destacou que a reunião “reforça a confiança mútua e abre espaço para projectos conjuntos em sectores estratégicos”. O Vice-Presidente sublinhou que “os Estados Unidos valorizam Moçambique não apenas pelos seus recursos, mas pela sua visão e estabilidade”.
A visita de Daniel Chapo aos Estados Unidos insere-se numa nova política de diplomacia económica activa, que visa atrair investimento estrangeiro, diversificar as parcerias e posicionar Moçambique como actorrelevante nas cadeias globais de valor. Nas últimas semanas, o Presidente reuniu-se com executivos do FMI, Banco Mundial, DFC, ExxonMobil, MCC e outras instituições de peso, levando consigo uma mensagem clara: Moçambique quer ser parceiro de soluções, não apenas receptor de apoios.
O encontro na Casa Branca encerra, assim, uma agenda intensa de diplomacia económica que coloca Moçambique no centro das atenções internacionais. Um país em transformação, que aposta em estabilidade, modernização e parcerias inteligentes. E uma mensagem inequívoca ao mundo: Moçambique está pronto para crescer de forma sustentável, aberta ao investimento e comprometida com o progresso.
Fonte: O País

 
                                    
