Resumo
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) está a investir 6,26 mil milhões de meticais na reabilitação da Estrada Nacional N.º 301, entre Tete e Songo, para apoiar a modernização da central até 2032. Com equipamentos de 50 anos, a HCB visa duplicar a capacidade de geração eléctrica para 4.000 MW, melhorando o abastecimento interno e as exportações para a SADC. O projeto da estrada é dividido em dois lotes, com empreiteiras nacionais a executar as obras. Além do impacto técnico, a iniciativa terá benefícios socioeconómicos significativos, dinamizando o comércio local e facilitando o acesso aos serviços públicos. A HCB está a implementar outros projetos estruturantes, incluindo a diversificação energética, reafirmando o seu papel estratégico na região.
O projecto é uma das componentes do Plano de Investimentos Vitais a 10 Anos (10-Year Vital Capex Project), um programa estratégico que visa modernizar, expandir e garantir a fiabilidade operacional da central de Cahora Bassa até 2032.
Infra-estrutura Estratégica para a Modernização da Central
Segundo José Munice, Administrador Executivo da HCB para Produção, Transmissão de Energia e Procurement, a intervenção na estrada é essencial para permitir o transporte seguro de equipamentos de grande tonelagem, como turbinas, alternadores e transformadores, necessários ao processo de reabilitação e expansão da central.
“Os nossos equipamentos têm cerca de 50 anos de uso, o que impõe riscos operacionais e limitações de manutenção. A modernização da estrada é um passo crucial para o sucesso dos investimentos em curso na central e nas subestações de Songo e Matambo”, explicou Munice.
A HCB prevê, com a conclusão do plano, duplicar a capacidade de geração eléctrica, dos actuais 2.000 MW para 4.000 MW, reforçando o abastecimento interno e aumentando as exportações para países da SADC.
Detalhes Técnicos e Execução por Lotes
O projecto da EN-301 está dividido em dois lotes:
As obras estão a ser executadas pelas empreiteiras CHICO (lote 1) e JJR (lote 2), seleccionadas através de concurso público nacional, sob fiscalização da empresa COTOP.
Ambas as construtoras são nacionais, possuem alvarás e certificação emitidos pelo Laboratório de Engenharia de Moçambique (LEM) e empregam mão-de-obra local.
“A estrada terá uma vida útil de 20 anos, com quatro anos de manutenção garantidos pelos empreiteiros, e deverá reduzir significativamente o tempo de viagem entre Songo e Tete, actualmente de quase três horas”, referiu Ilídio Tembe, Director de Procurement e Logística da HCB.
Impacto Económico e Social
Para além da componente técnica, o investimento tem impactos socioeconómicos relevantes na província de Tete.
A estrada, utilizada também por operadores industriais e mineiros — como a Jindal, que transporta carvão mineral pela mesma via —, será fundamental para dinamizar o comércio local e melhorar o acesso das comunidades aos serviços públicos.
“Esta obra é uma mais-valia não só para a HCB, mas também para a população. Melhora a circulação, reforça a segurança rodoviária e vai transformar o eixo Tete–Songo numa importante rota económica”, destacou Tembe.
O projecto prevê ainda infra-estruturas de drenagem, sinalização moderna e controlo de qualidade permanente, assegurando padrões de construção compatíveis com o transporte de carga pesada e a durabilidade exigida.
HCB: Modernização e Diversificação Energética
No âmbito do Vital Capex Project, a HCB está igualmente a implementar outros projectos estruturantes, entre os quais:
Os estudos de pré-viabilidade deste último projecto estão em curso e reforçam o compromisso da HCB com a transição energética e a integração de fontes renováveis no seu portfólio.
Com 50 anos de existência, a HCB reafirma a sua posição como pilar estratégico do sistema energético nacional e regional, combinando modernização tecnológica, diversificação de fontes e responsabilidade social.
A reabilitação da EN-301 simboliza não apenas um investimento em infra-estruturas, mas também um investimento no desenvolvimento das comunidades, consolidando Tete como um dos principais polos energéticos da África Austral.
Fonte: O Económico






