Resumo
O ministro da Economia de Moçambique destacou Vilankulo como capital do turismo, apontando-a como crucial para transformar o país num destino turístico de destaque. Durante a Conferência Internacional do Turismo na cidade, Basílio Muhate incentivou parcerias entre empresários locais e investidores, sublinhando o potencial de desenvolvimento económico. Muhate salientou a importância da preservação costeira e da diversificação económica através do turismo, realçando as oportunidades únicas do país, como a presença dos "big five" da selva e do mar. A Confederação das Associações Económicas de Moçambique destacou o turismo como um setor atrativo para investimentos, enfatizando a necessidade de digitalização e financiamento para garantir um crescimento sustentável.
Vilankulo reúne, entre esta segunda e terça-feira, turistas, empresários e investidores na feira internacional de Turismo, por sinal a primeira do género.
O ministro da Economia visitou cada um dos expositores montados para conhecer de perto o que cada uma das empresas expõe ao mundo, através de Moçambique, a partir do distrito turístico que Vilankulo é.
No local, o governante interagiu com empresários da área de Educação, Hotelaria, Restauração e demais participantes, que manifestaram a sua intenção de firmar parcerias estratégicas a fim de desenvolver seus negócios.
Em representação ao Chefe do Estado, Basílio Muhate orientou a abertura do evento e convidou os empresários a investirem em Moçambique, com garantias de que o Executivo vai desenvolver acções que poderão transformar o cenário nacional.
“As condições necessárias estão a ser criadas pelo Governo, através do envolvimento de investidores e parceiros, como o Banco Mundial, que tem financiado iniciativas destinadas a reforçar a competitividade da província, incluindo o desenvolvimento de infra-estruturas (…) na praia de Tofo”.
Segundo o governante, em breve iniciará a reabilitação e protecção da marginal de Vilankulo contra a erosão costeira. Apelou à reflexão durante os dois dias da conferência, sobre o compromisso “urgente de fazer acontecer o turismo por ser o recurso renovável que pode contribuir para uma efectiva diversificação e internacionalização económicas”.
BASILIO MUHATE QUER AINDA A EXPLORAÇÃO DO FIKANI PARA DIVULGAÇÃO DE MOÇAMBIQUE
“Somos o único país, senão dos poucos, em que dispomos na mesma linha territorial os big five da selva e os big five do mar, e acresce a isto, o nosso factor 6: a empatia, a cortesia e a hospitalidade. Durante a exposição FIKANI que apreciamos e que eleva o valor corporativo desta conferência, pelo facto de termos nela operadores turísticos nacionais, da África do Sul e Eswatini e todas províncias, pudemos constatar a opulência competitiva das oportunidades existentes nos cinco principais destinos turísticos, que dispomos no sul, centro e norte do país, designadamente: Quirimbas, Niassa, Gorongosa, Vilankulo e Maputo, pelo ADN incomparável que oferecem a nível do mosaico da Selva, Praia, Cultura, Jogos de Fortuna e Negócios”, disse o ministro.
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), representada pelo vice-Presidente, refere que o turismo é o terceiro sector que mais investimentos atrai para o país, daí o desafio da aposta na digitalização.
“De 2018 a 2022, o sector atraiu mais de 1,1 mil milhões de dólares. Para que o turismo cresça de forma sustentável, precisamos de mecanismos de financiamento específicos, que apoiem as pequenas e médias empresas, projectos comunitários e empreendimentos ecológicos”, disse Honório Boana, durante a sua intervenção, na cerimónia de abertura da conferência.
Já a Federação Moçambicana de Turismo (FEMOTUR) invoca o papel do Estado na criação de condições para o investimento, listando as prioridades. “Reforçar as infraestruturas de acesso e conectividade, especialmente o transporte aéreo e terrestre; melhorar os serviços básicos e logísticos nas zonas turísticas; estimular a formação profissional e a capacitação da mão-de-obra local; promover ambientes regulatórios previsíveis, transparentes e estáveis, que garantam segurança jurídica e confiança aos nossos investidores; valorizar o património cultural e natural, integrando-o de forma sustentável na cadeia de valor turístico”, enumerou Vasco Manhiça, presidente do órgão.
PAÍS PRECISA DE UMA MARCA FORTE E INTERNACIONAL
Operadores turísticos dizem que o Governo deve investir mais em infraestruturas de logística e transporte, bem como na facilitação do acesso aos locais turísticos, pois não é suficiente que o país tenha potencial, mas é preciso que a informação seja divulgada a nível internacional.
O facto foi defendido durante o primeiro painel, que debateu os investimentos e parcerias estratégicas.
Os participantes destacaram a necessidade de o país transmitir uma imagem forte a nível internacional, para facilmente atrair investimentos.
Paul Milton, CEO da Impact Preservations Partners, defendeu: “uma vez que o posicionamento da marca já foi criado, o plano de marketing e a estratégia já foram criados, então, nós saímos e fizemos uma segmentação de audiência” para perceber “qual é o tipo de investidores que vocês querem e aonde? E quando vocês querem esses investidores? E, então, nós criamos campanhas para abordar essas pessoas específicas, uma propaganda que atinge individualmente as pessoas”. .
Condição das vias, terrestres ou áreas, relação entre países, ou seja, a conectividade é apontada como essencial para atrair mais turistas e melhorar o desempenho dos países. Os custos dos produtos turísticos são também um desafio.
“A questão é que ninguém está vindo para Moçambique, porque podem ir para Zanzibar e eles podem ir para as Maurícias, a um custo de quatro mil rands. Você recebe agora um código de R$13.500 para voar 15 horas de Ohotemba para Inhambane com a LAM. Isso é desesperado. Os proprietários de resorts, como eu, e todos em Inhambane, estão sofrendo por causa da linha final, principalmente a LAM. Não pratica os preços certos. Minha sugestão é que Vilankulo seja o Meca para o turismo. Faça isso um hub, não Maputo.
Ninguém quer ir para Maputo, segundo os turistas. “Não é um bom lugar para ir e as pessoas dizem-nos que, quando houver um voo directo para Inhambane, nós iremos, sem problemas”, contou um operador turístico que há 20 anos investe em Moçambique.
Os painelistas defenderam o envolvimento de todos os segmentos da sociedade na divulgação da marca Moçambique, desde a fronteira ou aeroporto até a instância turística.
Fonte: O País





