Resumo
A divisão na Reserva Federal e a falta de dados oficiais devido à paralisação do governo dos EUA estão a levar os investidores a reconsiderar cortes adicionais de taxas até ao final do ano. O dólar atingiu o seu valor mais alto em três meses, com investidores a reavaliar a possibilidade de novos cortes de juros pela Fed, devido à divergência entre membros do banco central e à ausência de dados económicos oficiais. O euro e a libra esterlina caíram, enquanto o dólar australiano registou uma ligeira queda após o Banco da Reserva da Austrália manter a taxa directora inalterada. Nos EUA, preocupações com o shutdown, o enfraquecimento do sector industrial e a incerteza fiscal continuam a sustentar o dólar como ativo de refúgio, apesar da contração contínua do sector industrial em Outubro.
Divisão na Reserva Federal e falta de dados oficiais devido à paralisação do governo norte-americano levam os investidores a rever apostas em cortes adicionais de taxas até ao final do ano.
O dólar norte-americano atingiu, esta terça-feira, o seu valor mais alto em três meses, à medida que os investidores reavaliam a probabilidade de novos cortes de juros pela Reserva Federal (Fed), num contexto de divergência entre membros do banco central e ausência de dados económicos oficiais devido à paralisação parcial do governo dos Estados Unidos.
O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana face a seis divisas principais, subiu 0,1% para 99,99 pontos, o nível mais elevado desde Julho. O fortalecimento da moeda resulta da redução das apostas em novos cortes de taxas pela Fed, após o presidente Jerome Powell indicar que o corte decidido na semana passada poderá ser o último deste ano.
De acordo com o CME FedWatch Tool, os mercados atribuem agora 65% de probabilidade a um novo corte em Dezembro, contra 94% há apenas uma semana, reflectindo uma mudança significativa na percepção dos investidores.
A incerteza é agravada pela falta de dados económicos oficiais, dado que o prolongamento do shutdown federal suspendeu a divulgação de indicadores críticos, como os do Bureau of Labor Statistics. “Sem a publicação dos dados oficiais, torna-se difícil prever cortes adicionais e ganhos materiais do dólar”, observou Carol Kong, estratega cambial do Commonwealth Bank of Australia (CBA).
Enquanto isso, o euro caiu para o mínimo de três meses, fixando-se em 1,1514 USD, e a libra esterlina recuou 0,13% para 1,312 USD, o menor nível em cinco meses. O iene japonês manteve-se frágil, próximo de 154 por dólar, num ambiente em que os investidores continuam atentos a uma possível intervenção de Tóquio para estabilizar a moeda.
O dólar australiano, por sua vez, registou uma ligeira queda após a decisão do Banco da Reserva da Austrália (RBA) de manter a taxa directora inalterada em 3,6%, justificando a prudência com o risco de inflação persistente, a forte procura interna e a retoma do mercado imobiliário.
“O tom cauteloso e as novas previsões do RBA confirmam que o banco central deverá manter as taxas inalteradas por algum tempo”, observou Carol Kong, sublinhando que a inflação subjacente australiana foi revista em alta, de 2,6% para 3,2% até ao final do ano.
Nos Estados Unidos, as preocupações com o impacto económico do shutdown, o enfraquecimento do sector industrial e o prolongamento da incerteza fiscal alimentam a percepção de risco, mas continuam a sustentar o dólar como activo de refúgio.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>De acordo com o inquérito do Institute for Supply Management (ISM), o sector industrial norte-americano contraiu-se pelo oitavo mês consecutivo em Outubro, sinalizando que “não há fim à vista para a estagnação”, alertaram analistas do MUFG Bank.
Fonte: O Económico






