Elefantes do Parque Nacional de Limpopo voltam a atacar a produção no distrito de Mabalane. A situação agudizou os níveis de fome, que assolam 3 mil famílias de 14 comunidades. O Administrador, Sérgio Moiane, confirma a subida de áreas devastadas de 500 para 700 hectares e assume que se nada for feito para travar o movimento dos paquidermes, a situação pode piorar nos próximos meses.
A população pernoita nas machambas para tentar afugentar o grupo de elefantes que, além de provocar terror, deixou pelo menos 14 comunidades na iminência de fome aguda, no distrito de Mabalane, na província de Gaza. A situação agrava-se a cada dia devido à seca extrema.
Graça Josias é mãe de cinco filhos e tem na agricultura a sua única base de sustento. Este ano, trabalhou numa área de cinco hectares, na zona baixa do distrito, onde previa colher diversas culturas, incluindo milho para o consumo e comercialização. No entanto, quando chegou a hora de colher foi surpreendida pelos elefantes
“Os elefantes devastaram as nossas machambas este ano. Não consegui nada, nem melancia e milho, por isso, não temos nada para comer. A agricultura é a única base de sustento, e assim não há saída”, disse Graça Josias, agricultora em Mabalane.
Na zona alta do distrito, milhares de famílias sofrem em silêncio. Falando à imprensa, o administrador de Mabalane, Sérgio Moiane confirmou o movimento destruidor dos animais, que se evadiram do Parque Nacional de Limpopo.
Contudo, o número de áreas totalmente arrasadas e famílias com escassez de alimentos não para de subir. Com os celeiros vazios, a comunidade pede urgência na provisão de alimentos e sementes para relançamento da produção.
Sérgio Moiane diz que há esforços para aliviar as famílias em extrema carência com envolvimento do parque nacional de Limpopo.
Refira-se que mais de 3 mil famílias enfrentam níveis severos de fome na sequência dos efeitos combinados da invasão de elefantes a zonas de produção e estiagem.
Fonte: O País