Moradores da zona de reassentamento do bairro Filipe Samuel Magaia, no município de Boane reclamam de falta de quase todas as condições básicas de sobrevivência e as autoridades municipais dizem ter dificuldades para atender qualquer apoio, devido a falhas na recolha de receitas.
É a imagem de um bairro que aos poucos fica composto em meio a construção arbitrária e com sinais de desenvolvimento muito longe de serem reais.
O primeiro reassentamento aconteceu depois das inundações que afectaram severamente a província de Maputo, e obrigaram várias famílias a abandonar as suas residências no município de Boane, em 2023.
O processo de reassentamento forçado fez surgir o bairro Filipe Samuel Magaia que dista a 15 quilómetros da vila sede de Boane, cujas condições de sobrevivência são ainda um desafio.
As famílias vivem em casas feitas de material precário, e muitas delas simplesmente escondem-se em lonas atribuídas aquando da sua chegada.
Por aqui, as famílias não esquecem as razões que os levaram a abandonar os seus antigos bairros, mas asseguram que as condições de vida, na nova zona, vieram piorar ainda mais a sua situação de pobreza.
Na luta pela sobrevivência, as mulheres são as que mais sofrem. No local já há relatos de algumas que perderam bebês a caminho do hospital por falta de serviços de parto.
Questionado sobre a situação dos reassentados em Filipe Samuel Magaia, o Governo Municipal reconhece a incapacidade, por enquanto, de prover material para as comunidades. No entanto, afirma que a permanência das condições deve-se em parte ao fato de muitos não assumirem as mudanças.
Face a presente época chuvosa, a edilidade já tem um plano de mitigação que inclui linha de contacto com os gestores das bacias hidrográficas próximas.
Boane diz dispor de espaços para albergar vítimas de inundações provenientes de municípios vizinhos, Maputo e Matola Rio já foram atribuídos espaços há um tempo mas seguem sem explorar.
Fonte: O País