Resumo
O dólar norte-americano enfraqueceu ligeiramente devido ao avanço no Senado para reabrir o Governo federal dos EUA, o que aumentou a confiança dos investidores. O índice do dólar recuou 0,1%, refletindo o otimismo de que o encerramento do Governo possa estar perto do fim. A probabilidade implícita de terminar antes de 15 de novembro subiu para 92%. O yen japonês valorizou face ao dólar após declarações sobre flexibilidade orçamental. Na China, a inflação acelerou e as exportações caíram, indicando desaceleração económica. Os investidores monitorizam as políticas económicas de Trump e as taxas da Fed.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>A moeda norte-americana recua ligeiramente após o Senado avançar com medida para reabrir o Governo federal, aumentando a confiança dos investidores e aliviando a pressão sobre o consumo e as exportações globais.
O dólar norte-americano enfraqueceu ligeiramente nesta segunda-feira, 10/11, impulsionado pelo optimismo crescente de que o prolongado encerramento do Governo dos Estados Unidos possa estar perto do fim, o que reavivou a confiança dos investidores e reduziu a procura por activos de refúgio.
Sinais de Reabertura Reforçam a Confiança
O índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda face a uma cesta de seis divisas de referência, recuou 0,1 %, para 99,643 pontos, após o Senado votar favoravelmente uma medida para financiar o Governo federal até Janeiro de 2026.
“Isto chega mesmo a tempo”, afirmou Tony Sycamore, analista de mercados na IG em Sydney, acrescentando que “o recuo que se observou no dólar no final da semana passada deverá continuar agora que há um sinal político mais claro”.
Na sexta-feira anterior, os dados da Universidade de Michigan revelaram uma queda abrupta do índice de confiança dos consumidores para o nível mais baixo em três anos e meio, reflexo directo do impacto do “shutdown” — o mais longo da história norte-americana.
A perspectiva de um desfecho positivo, contudo, aliviou parte das preocupações. “Os dados de confiança foram um choque e mostraram claramente que a paralisação estava a afectar os lares. A possibilidade de um acordo reduz o dano já causado”, acrescentou Sycamore.
Nos mercados de previsão, a probabilidade implícita de o encerramento terminar antes de 15 de Novembro subiu para 92 %, segundo o Polymarket.
O Yen e o Contexto Asiático
Face ao yen japonês, o dólar valorizou 0,2 %, para 153,80 ienes, após declarações da primeira-ministra Sanae Takaichi, que indicou a intenção de adoptar um novo objectivo fiscal plurianual que permitirá maior flexibilidade orçamental — uma medida que sinaliza o abrandamento do compromisso japonês com a consolidação fiscal.
O Banco do Japão divulgou ainda um relatório optimista, afirmando que “o nevoeiro em torno das perspectivas económicas do Japão começa a dissipar-se” em comparação com o cenário de Julho.
Na China, os dados publicados durante o fim-de-semana mostraram que a inflação ao consumidor acelerou acima do esperado, enquanto as exportações registaram a maior queda desde Fevereiro, reforçando a percepção de desaceleração na economia asiática.
Efeitos da Política Económica e das Taxas da Fed
Os investidores seguem com atenção o impacto das políticas económicas do Presidente Donald Trump, que levaram a uma intensificação da produção no início do ano, antes da entrada em vigor de novas tarifas sobre importações.
Nos mercados obrigacionistas, os rendimentos das Treasuries subiram ligeiramente, com a yield de 10 anos a avançar 4,26 pontos base, para 4,1356 %, face ao fecho de sexta-feira.
As probabilidades de um corte de 25 pontos base na taxa de juro da Reserva Federal, na reunião de 10 de Dezembro, caíram para 63 %, face aos 67 % da semana anterior, segundo o FedWatch da CME Group.
O euro recuou 0,1 %, para 1,1559 USD, e a libra esterlina manteve-se estável em 1,3148 USD, enquanto o yuan offshore permaneceu inalterado em 7,1204 por dólar.
Perspectiva: Dólar Ainda com Fôlego a Médio Prazo
Apesar da recente correcção, os analistas mantêm cautela quanto ao futuro do dólar. Segundo Eric Robertsen, economista-chefe do Standard Chartered Bank, “o excesso de liquidez global que sustentou os activos financeiros em 2025 poderá tornar-se menos favorável em 2026”, o que poderá impulsionar novamente a moeda norte-americana.
Robertsen prevê ainda uma desaceleração do crescimento asiático após o fim do ciclo de antecipação de exportações, o que poderá travar os fluxos de capital para activos emergentes e sustentar a procura pelo dólar a médio prazo.
No curto prazo, contudo, o alívio político em Washington restaura a confiança dos mercados e oferece uma trégua momentânea às pressões sobre a moeda — um sinal de estabilidade bem-vindo após semanas de incerteza e volatilidade cambial.
Fonte: O Económico






