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Thursday, November 13, 2025
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Apelo conjunto quer reforçar investimentos em saúde mental infantojuvenil

Resumo

Quatro agências da ONU apelam a mais investimento na saúde mental de crianças e adolescentes, destacando lacunas nas políticas globais. Embora o tema tenha ganhado destaque, falta uma narrativa unificada e investimentos consistentes, especialmente em prevenção e intervenção precoce. A falta de compromissos específicos por faixa etária e de mecanismos para a participação ativa dos jovens na criação de políticas públicas são apontadas como falhas. Apenas 56% dos países têm políticas específicas para esta faixa etária, e menos de metade oferece serviços de apoio psicológico. O apelo insta os Estados-Membros a adotarem estratégias nacionais de saúde mental alinhadas com a OMS e o Unicef-OMS. É também solicitada a criação de uma plataforma global para harmonizar diretrizes técnicas, financiamento e prestação de contas.

A saúde mental e o bem-estar de crianças e adolescentes devem ser prioridade nas agendas e políticas públicas. A recomendação é de quatro agências da ONU que divulgaram um apelo conjunto, na semana passada, pedindo mais investimentos para a área.

O documento é assinado pela agência da ONU para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, o Escritório da Juventude e a Organização Mundial da Saúde, OMS.

Lacunas nas políticas globais

O apelo sublinha que, embora o tema tenha ganhado espaço nas políticas globais, faltam uma narrativa unificada e investimentos consistentes, especialmente em prevenção e intervenção precoce.

Apesar do crescente reconhecimento da importância da saúde mental, as crianças e os jovens continuam amplamente ausentes dos compromissos internacionais e dos sistemas de financiamento e fiscalização.

A ausência de uma resolução dedicada à saúde mental infantojuvenil, a falta de compromissos específicos por faixa etária e a inexistência de mecanismos que garantam a participação ativa de jovens na criação de políticas públicas são algumas dessas falhas.

Dados recentes mostram que apenas 56% dos países possuem políticas ou planos específicos para esta faixa etária, e menos de metade oferece serviços comunitários ou escolares de apoio psicológico.

Um jovem afetado por questões de saúde mental em Timor-Leste (arquivo)
© UNICEF/Antti Helin
Um jovem afetado por questões de saúde mental em Timor-Leste (arquivo)

Um apelo à ação coordenada

O comunicado insta os Estados-Membros a adotarem e implementarem estratégias nacionais de saúde mental alinhadas com o Plano de Ação Integral de Saúde Mental da OMS e o Programa Conjunto Unicef-OMS sobre Bem-Estar e Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes.

As agências também pedem a criação de uma plataforma interinstitucional global, que una governos, redes juvenis e a sociedade civil, para harmonizar diretrizes técnicas, mecanismos de financiamento e prestação de contas.

Participação e prevenção no centro das soluções

As entidades da ONU sublinham que as crianças e os jovens devem ser parceiros ativos, não apenas beneficiários das políticas.

O objetivo é promover ambientes seguros e inclusivos, tanto nas escolas como nas comunidades e espaços digitais, onde a saúde mental seja apoiada de forma integral.

O comunicado defende um modelo de prevenção e promoção baseado em ecossistemas, que conecte serviços de saúde, educação, cultura, desporto, artes e proteção social, criando redes de apoio acessíveis e sustentáveis.

Rumo a uma nova agenda global de bem-estar juvenil

O apelo conjunto propõe ainda integrar indicadores de saúde mental nos sistemas nacionais de informação e em inquéritos populacionais, como forma de reforçar a responsabilização e o acompanhamento do progresso.

Para a ONU, investir em políticas inclusivas e sustentáveis é essencial para garantir que nenhuma criança ou jovem seja deixado para trás, num contexto em que 1 em cada 7 adolescentes entre 10 e 19 anos enfrenta condições de saúde mental que permanecem, em grande parte, sem diagnóstico e tratamento adequados.

Fonte: ONU

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