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Thursday, November 13, 2025
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Reformas Estruturais e Produção Interna: A Nova Agenda Para Fortalecer a Competitividade Nacional

Resumo

O painel sobre Reformas e Competitividade Nacional da XX CASP destacou a necessidade de Moçambique acelerar reformas estruturais, reduzir custos operacionais e fortalecer a produção interna para competir em mercados externos exigentes. A baixa produtividade empresarial, a dependência de importações e os elevados custos logísticos são obstáculos à competitividade. A falta de infraestruturas produtivas, economias de escala e regulação consistente aumentam a incerteza e os riscos. A economia moçambicana cresce, mas sem ganhos de eficiência nem competitividade sustentável, segundo especialistas. A convergência entre Governo, setor privado, academia e especialistas é vista como crucial para impulsionar as reformas necessárias e fortalecer a economia do país.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>O painel sobre Reformas e Competitividade Nacional da XX CASP evidenciou uma convergência inédita entre Governo, sector privado, academia e especialistas: Moçambique só será competitivo se acelerar reformas estruturais, reduzir custos de operação, fortalecer as bases produtivas e consolidar uma economia orientada para a produção interna e para mercados externos mais exigentes.

A competitividade nacional voltou ao centro do debate económico na XX CASP. O painel dedicado às Reformas e Competitividade Nacional reuniu Governo, empresariado, academia e especialistas para uma análise profunda dos factores que continuam a limitar a produtividade e bloquear a capacidade de Moçambique competir num mercado regional cada vez mais exigente. Entre diagnósticos rigorosos, exigências do sector privado e leituras técnicas da academia, emergiu uma conclusão clara: Moçambique só avançará quando acelerar reformas estruturais, fortalecer a produção interna e definir uma estratégia industrial capaz de transformar potencial em desempenho real.

Competitividade Nacional: Uma Economia Que Cresce Sem Ganhos de Eficiência

Os intervenientes concordaram que o país continua condicionado por limitações estruturais que minam a eficiência e travam a competitividade. A baixa produtividade empresarial permanece como um dos principais obstáculos, ampliada pela forte dependência de importações e pelos elevados custos logísticos em comparação com os padrões regionais. A isto somam-se infra-estruturas produtivas insuficientes, ausência de economias de escala e uma inconsistência regulatória que aumenta a incerteza e os riscos de operação.
Em conjunto, estes factores mostram uma economia que cresce, mas cuja trajectória de crescimento não se traduz em eficiência nem em competitividade sustentável. Um dos especialistas presentes no painel sintetizou o problema afirmando que Moçambique tem crescimento, mas não tem eficiência — uma realidade que necessita de ser invertida para que o país possa competir num ambiente global cada vez mais agressivo.

Sector Privado Quer Celeridade, Menos Custos e Mais Previsibilidade

A voz do sector privado foi firme ao destacar constrangimentos que afectam a actividade económica diariamente. A dificuldade de acesso regular a divisas, o custo elevado do crédito e as taxas logísticas acima da média regional continuam a dificultar a operação das empresas. A burocracia excessiva, associada à falta de previsibilidade regulatória, cria um ambiente de incerteza que desincentiva o investimento e reduz a capacidade de expansão do sector privado.
Vários intervenientes sublinharam que produzir em Moçambique continua a ser mais caro e mais arriscado do que nos países concorrentes, o que limita o crescimento, reduz a competitividade e impede que as empresas ganhem escala para competir nos mercados interno e externo.

Academia Defende Estratégia Industrial Clara e Coordenada

A academia trouxe profundidade técnica ao debate, salientando que a fraca competitividade nacional decorre também da ausência de uma política industrial coerente e devidamente executável. Os académicos foram unânimes ao afirmar que, sem ganhos de produtividade, sem inovação e sem integração efectiva entre agricultura, indústria e serviços, a economia permanecerá presa numa estrutura primária e vulnerável.
Um dos académicos destacou que reformas administrativas, por si sós, não resolvem problemas produtivos, defendendo que Moçambique precisa de uma estratégia industrial clara, com prioridades definidas e com mecanismos de execução capazes de consolidar sectores produtivos com potencial de escala e de exportação.

Reformas Estruturais Como Condição Para Aumentar Competitividade

Da parte governamental, foi reafirmado que a competitividade depende de um ciclo consistente de reformas, indispensáveis para reduzir custos, eliminar ineficiências e criar condições estruturais para o crescimento privado.
A agenda de reformas foi apresentada como um conjunto interligado de transformações: a reforma administrativa, focada na eficiência, simplificação e digitalização dos serviços públicos; a reforma económica, centrada na previsibilidade regulatória, na concorrência efectiva e na estabilidade macroeconómica; a reforma fiscal, que procura simplificar procedimentos e reforçar a justiça tributária; a reforma judicial, orientada para maior celeridade e segurança jurídica; e a reforma produtiva, que visa fortalecer a industrialização, promover a transformação local e consolidar cadeias de valor robustas.
A percepção generalizada no painel é que estas reformas são fundamentais, mas a velocidade da sua implementação será a variável decisiva para o impacto económico real.

Convergência: Produzir Mais Para Competir Melhor

O painel convergiu numa conclusão essencial: Moçambique só será competitivo quando produzir mais, transformar localmente e reduzir a dependência estrutural de importações.
A agro-indústria foi identificada como o sector com maior potencial para gerar impacto imediato, enquanto a indústria transformadora foi apontada como o pilar que pode, a médio prazo, alterar profundamente a estrutura produtiva do país. Os intervenientes também sublinharam a necessidade de políticas activas para inovação, certificação, tecnologia e acesso ao financiamento, elementos indispensáveis para garantir competitividade em mercados regionais e globais mais exigentes.
Um dos participantes resumiu esta visão afirmando que competitividade não é um slogan, mas um programa económico completo que exige execução articulada, reformas e foco estratégico.

O debate sobre reformas e competitividade demonstrou que Moçambique enfrenta um desafio estrutural que requer acção coordenada entre Estado, empresas, academia e parceiros. O país só consolidará o seu crescimento económico quando fortalecer a sua base produtiva, acelerar reformas e transformar capacidade potencial em desempenho competitivo real. A construção de uma economia mais robusta e menos dependente será determinante para o seu futuro

Fonte: O Económico

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