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Trigo separa o joio e desvenda o segredo do sucesso da União do Songo que aponta para a conquista do título no Moçambola 2025

A União Desportiva do Songo segue de vento em poupa rumo à conquista do título no Moçambola 2025, ao somar 50 pontos e conquistar uma diferença de 17 pontos para com os mais directos perseguidores na tabela classificativa. Os “hidroeléctricos” registaram uma marca indelével na competição, ao registarem 15 vitórias consecutivas, motivo que leva aos analistas, até os mais cépticos, a apontarem ao clube como o virtual vencedor do Campeonato Nacional de Futebol. Para medir o pulso ao actual momento da equipa, o LanceMZ entrevistou o Director Desportivo da União do Songo, Paulito Trigo, que apesar de tudo apontar para a conquista do titulo, optou por ter uma abordagem mais comedida, dando conta que ainda há muito trabalho para concretizar esse objectivo.

 

Por Alfredo Júnior

 

LANCEMZ: Paulito, como é que avalia este actual momento da União Desportiva do Songo, ao atingir 50 pontos e 17 de vantagem ainda a faltarem muitos jogos por disputar e por terminar este Moçambique?

 

PAULITO TRIGO: Olha, Júnior, é assim, o momento é bom, é bom porque nós fomos crescendo na competição. É uma competição onde a gente começou mal, logo à primeira fomos a Nacala, no primeiro jogo empatamos e a partir daí ficamos pressionados em fazer as coisas bem. Porque havia uma série de coisas por detrás disso, estou a falar do nosso início de época, quando perdemos a final da Taça de Moçambique no ano passado, queríamos mudar alguma coisa dentro da própria instituição, que era tentar rejuvenescer o grupo e montarmos uma estrutura pequena, mas que pudesse nos dar algumas garantias. Então, nós trouxemos uma equipa técnica nova, fizemos aí uma série de mudanças e obviamente que por detrás disso tinham algumas coisas à frente, obviamente nós acreditávamos, os directores, a direção do clube, o patrocinador, acreditavam no projeto, mas depois que os resultados no início não foram nos ajudando, aí começou a complicar as coisas. 

 

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LANCEMZ: E qual é que foi o ponto de viragem para que começássemos a ganhar e somassem agora uma sequência de 15 vitórias consecutivas no Moçambola? 

 

PT: Nós tínhamos noção de que o segredo seria a união do grupo. Estou a falar da união do clube, de tentar blindar o grupo, porque as coisas eram novas, nós estávamos a começar uma coisa em que nós acreditávamos e a partir daí, obviamente, quando tivemos dois maus resultados e vimos que tínhamos pouca gente por detrás, tínhamos pouca gente a ajudar, nós entendemos que o segredo seria os jogadores, a equipa técnica e os directores nos unirmos e tentarmos reverter o cenário. Na quinta jornada, creio eu, quando fomos a Maxixe, estávamos numa situação que era ganhar ou ganhar. Tivemos a sorte do jogo no dia, ainda me lembro, fomos a Maxixe, perdemos um jogador na primeira parte, jogámos com menos uma unidade, e a partir daí, tornou-se um jogo complicadíssimo, no final do jogo o Luís Miquissone decidiu, esse foi o momento de viragem. A partir daí nós começamos a acreditar que é possível, as coisas estavam sendo bem feitas, porque nós sempre acreditávamos que era possível. 

 

LANCEMZ: Era possível porquê? 

 

PT: Tínhamos uma equipa técnica nova, que só nós acreditávamos neles e sabíamos da capacidade deles, que eles podiam reverter o cenário. As coisas começaram a ocorrer bem em termos desportivos, estou-me a referir em termos desportivos e com isso que as vitórias dão mais estabilidade no sentido de trabalharem à vontade, esse foi o momento de viragem, naquele preciso momento em que a gente queria coesão do grupo, união dentro do balneário, porque nós, na União do Songo éramos muito vulneráveis no passado. Qualquer situação pequena que acontecesse, o pessoal de fora tinha as informações todas, haviam pessoas mesmo dentro do próprio grupo, que tratavam de tirá-las. Quando tu tens um plantel de 40 jogadores, 15 a 20, estão de fora todas as semanas, começam a criar pequenos grupos.

 

LIMPEZA DO BALNEÁRIO SURTIU EFEITOS

 

LANCEMZ: Então foi acertada a aposta que vocês tiveram de dispensar cerca de 17 jogadores e depois contratarem algumas peças fundamentais de alguns clubes do Moçambola. Como é que fizeram esse scouting até montar esse plantel muito forte? 

 

PT: Repara que nós tínhamos jogadores que já estavam no grupo há alguns anos, tínhamos uma base dada de jogadores que estavam no grupo há muitos anos e não tinham acima de 10 jogos por época e nós decidimos que, reduzindo o plantel, ficando com os jogadores importantes, nós depois fomos buscar dois jogadores do Costa Sol, Chester e Mbulo, ainda o Melque e as aquisições foram dando certo. Repara que nós não podíamos contratar muito porque não tínhamos ainda a equipa técnica, nós os diretores do futebol tínhamos noção disso. Trouxemos alguns e esperemos que a equipa técnica fosse contratada. Trouxemos 6 jogadores e ficámos à espera que quando contratássemos o treinador se desse continuidade, deixámos ali um espaço de 3, 4 jogadores para preencher o grupo e para tentar fazer um plantel de 24 a 25 jogadores. Obviamente, com os jogadores que a gente contratou, até deram certo, e os treinadores quando foram anunciados, também trouxeram alguns jogadores jovens. Há que realçar isso, alguns jogadores jovens que hoje viraram ativos do clube.

 

LANCEMZ: E esses jogadores jovens alguns foram buscar na ‘cantera’ do próprio clube, como é que foi esse trabalho? 

 

PT: Sim, me referia a 6 jogadores que vieram dos outros clubes e depois também tivemos jogadores que a gente promoveu, o Óscar, por exemplo, que tinha sido emprestado na temporada passada ao Textáfrica do Chimoio, voltou, foi uma aposta ganha do treinador, da equipa técnica, há que realçar isso. Depois também a subida de rendimento, jogadores como o Alcides, que é jogador da casa, promovemos 4 jovens da ‘cantera’, que hoje ainda não se estabilizaram, mas são jogadores que em algum momento entram nos jogos e dão boa conta de si. Depois há um regresso aqui que se tornou importantíssimo, que é o regresso de Vitinho. Nós tínhamos perdido o Vitinho para a ABB, é um jogador da casa, que se transferiu para Maputo, é um jogador com uma simpatia muito grande em relação à massa associativa. E nós tínhamos o objetivo de trazê-lo de volta à todo custo, porque sempre que a ABB, quando jogassem em nossa casa com o Vitinho, isso dividia a plateia. Isso nos inquietava bastante, era uma situação muito constrangedora. A partir da altura em que conseguimos o Vitinho, obviamente que aí foi um ganho importante em relação àquilo que era necessário para completar o plantel. Se tu olhares, por exemplo, para o Vitinho, sempre que joga, percebesse que é um jogador importantíssimo para aquilo que são as inspirações do clube. (LANCEMZ)

Fonte: Lance

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