Casos de malária caem em 45% na província de Gaza, entretanto prevalecem sinais de alerta resultantes da onda de desinformação e rejeição às estratégias de combate à doença em seis distritos.
De acordo com dados da Direcção Provincial de Saúde de 2023, até esta parte, a província de Gaza tem alcançado progressos significativos no combate à malária.
“Houve redução de casos notificados no ano de 2023 para o ano de 2024 em cerca de 80%”.
Em 2025, o cenário evoluiu ainda, aliás, os casos caíram para 40 320 contra 73 503 casos do ano passado.
Este avanço representa uma redução de quase 45% no número de diagnósticos e um decréscimo acentuado na mortalidade, o que resulta de um conjunto de estratégias integradas de prevenção.
No entanto, apesar dos ganhos, a malária em Gaza é descrita como endêmica, pois as condições climáticas favorecem a sua transmissão e disseminação, que ocorre ao longo de todo o ano, atingindo o seu pico no período chuvoso nos meses de Dezembro a Abril.
A situação é preocupante em seis distritos, nomeadamente: Chongoene, Limpopo, Bilene, Chókwè, Mandlakazi e Guijá. Autoridades comunitárias denunciam a recusa de famílias às estratégias de prevenção da doença, com destaque para as redes mosquiteiras, bem como pulverização intra-domiciliar.
“As famílias alegam que os produtos usados provocam ratos, baratas. Por isso, os casos de Malárias têm estado a subir na comunidade” disse, um líder comunitário de Guija.
PULVERIZAÇÃO INTRADOMICILIAR NA PREVENÇÃO DE CASOS DE MALÁRIA
Para o efeito está curso na província de Gaza, a Campanha intradomiciliar que vai abranger seis distritos.
“Orientada para as comunidades, bairros e localidades onde a incidência da malária é maior e se prevê obter melhores resultados na redução da doença, tanto a nível do distrito bem como da província” disse Margarida Mapandze, governadora de Gaza.
No total, até Janeiro próximo prevê-se uma cobertura de cerca de 148 330 casas.
“Protegendo 468 543 habitantes. Para a execução eficiente destas actividades, foram formados 802 rociadores sendo 515 do sexo feminino e 287 do sexo masculino, selecionados em coordenação com as lideranças locais, garantindo que actuem nas suas próprias comunidades, um factor essencial para a aceitação e eficácia da campanha.”
Uma das barreiras enfrentadas é garantir que as comunidades permitam o acesso dos técnicos às suas casas. Para isso, Margarida Mapandzene apelou que “cada cidadão colabore com as equipas de saúde, abrindo as portas das suas casas aos rociadores e mobilizando as suas comunidades para o sucesso da campanha”.
Entre as prioridades estabelecidas pelas autoridades de saúde está a expansão das campanhas de pulverização intradomiciliar para áreas que ainda não foram abrangidas. Para isso, serão necessários investimentos adicionais em recursos humanos, materiais e logística. Além disso, pretende-se reforçar as acções de monitorização e avaliação para garantir que os inseticidas utilizados mantenham sua eficácia ao longo do tempo.
Fonte: O País