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Friday, November 21, 2025
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Mortes nas estradas atingem níveis alarmantes em Inhambane e PRM exige rigor no cumprimento das regras

Resumo

As estradas de Inhambane continuam a ser um grande risco para a vida humana, com mais de 60 mortes em acidentes de viação este ano. A Polícia da República de Moçambique considera este número "inaceitável" e aponta comportamentos negligentes como principais causas. Autoridades pedem disciplina e cumprimento das normas de circulação, já que os acidentes rodoviários são a terceira maior causa de morte na província, depois de suicídios e homicídios. Durante uma operação de rotina no Posto de Fiscalização Rodoviária de Lindela, foram detetadas várias irregularidades, como condutores sem documentação adequada e transportes irregulares, pondo vidas em perigo. A comandante provincial da PRM, Joana Milisse, expressou preocupação com os 61 acidentes e 63 mortes na província, além de feridos e danos materiais significativos.

As estradas de Inhambane continuam a transformar-se num dos maiores factores de risco para a vida humana. Só este ano, mais de 60 pessoas perderam a vida em acidentes de viação na província, um número considerado “inaceitável” pela Polícia da República de Moçambique, que denuncia comportamentos negligentes e perigosos como as principais causas da tragédia. 

As autoridades voltam a soar o alarme e exigem disciplina, responsabilidade e rigor no cumprimento das normas básicas de circulação, numa província onde, segundo dados oficiais, os sinistros rodoviários já ocupam o terceiro lugar entre as causas de morte — logo a seguir aos suicídios e aos homicídios.

O cenário volta a ganhar força no Posto de Fiscalização Rodoviária de Lindela, ao longo da EN1, onde uma operação de rotina foi suficiente para expor uma série de irregularidades cometidas por transportadores de passageiros. Em poucos minutos, a Polícia identificou condutores a circular com documentação inadequada, transportes irregulares e incumprimentos graves das normas de segurança, colocando vidas em risco. Um dos casos mais flagrantes foi o de um condutor que realizava transporte público com uma carta incompatível com a actividade. “Verifico que está a conduzir ou a fazer transporte de passageiros sem que tenha carta compatível. Isto por lei é proibido”, alertou o agente de trânsito durante a fiscalização, sublinhando a obrigatoriedade da carta de serviços públicos para todos os que trabalham no transporte de passageiros.

Para perceber melhor a dimensão do problema, a comandante provincial da PRM, Joana Milisse, esteve no terreno a interagir directamente com automobilistas, transportadores e passageiros. A responsável não escondeu a sua preocupação e fez questão de apresentar números que retratam uma província em estado crítico. “A nossa província não está bem. Tivemos 61 acidentes que resultaram em 63 mortes, sem contar com os feridos graves e ligeiros, para além de danos materiais avultados”, explicou, destacando que o excesso de velocidade continua a ser o principal factor por detrás da maioria destes sinistros. A isso juntam-se manobras irregulares, ultrapassagens perigosas e a ausência total de respeito pelas normas mais elementares de trânsito.

Com firmeza, Joana Milisse sublinhou que grande parte destes acidentes poderia ser evitada caso houvesse maior disciplina entre os utilizadores da via pública. Para a comandante, a prevenção depende, acima de tudo, de um comportamento responsável. “Basicamente, a falta de observância das regras de trânsito é o maior problema para a nossa província”, lamentou. E deixou um apelo claro aos cidadãos: denunciar qualquer acto que coloque vidas em perigo. “Qualquer situação anómala, pedimos que denunciem. Nós estamos a trabalhar para resgatar a nossa imagem, para estar junto da comunidade e para melhorar as nossas acções. Quem cometer irregularidades será responsabilizado.”

A PRM reforça que não está sozinha neste esforço. A colaboração da comunidade é vista como essencial para reduzir o número de mortes, sobretudo nos distritos que mais contribuem para esta estatística trágica. Zavala, Massinga e Maxixe, todos localizados ao longo da EN1, continuam a liderar o número de óbitos por acidentes de viação — uma realidade que exige medidas de resposta firmes e imediatas.

Os dados são frios, mas o impacto é profundo: famílias destruídas, crianças órfãs, viúvas e viúvos deixados para trás, vidas interrompidas em segundos por decisões irresponsáveis. Em muitos casos, a negligência ganha forma no volante — motoristas alcoolizados, carros com problemas mecânicos, sobrelotação e ultrapassagens em locais proibidos. Em outros, é a ausência de prudência dos próprios peões, que atravessam estradas movimentadas sem atenção ou à margem dos passeios.

O desafio é gigantesco. As autoridades reconhecem que a resposta não passa apenas por operações esporádicas de fiscalização, mas por uma estratégia integrada que inclua educação cívica, reforço da fiscalização regular, punições mais severas e um esforço colectivo para transformar a cultura de circulação rodoviária na província. O comportamento nas estradas precisa de mudar — e precisa de mudar rapidamente.

Enquanto isso, a PRM promete continuar no terreno, intensificando operações, fiscalizando transportadores e monitorando comportamentos de risco. Para a comandante Milisse, cada vida perdida é um alerta de que o trabalho ainda está longe de terminar. “A prevenção começa em cada um. No respeito pelas regras, na consciência de que a estrada não perdoa erros”, afirmou.

Num ano em que Moçambique procura impulsionar o turismo, dinamizar corredores rodoviários e atrair mais investimentos, a segurança nas estradas ganha ainda maior relevância. Inhambane, uma província que se quer vibrante e segura, luta para inverter uma das suas estatísticas mais duras. E a PRM deixa claro que continuará a combater, com todos os meios ao seu alcance, a indisciplina que rouba vidas e ameaça a mobilidade de milhares de cidadãos.

Fonte: O País

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