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Oposição Rejeita, Conta Geral do Estado 2024 Aprovada Apenas com Votos da Frelimo

Resumo

Os Correios da África do Sul (SAPO) perderam 9,2 mil milhões de rands em valor acionista em três anos e enfrentam a falência. A Conta Geral do Estado (CGE) de 2024 foi aprovada apenas com votos da Frelimo, com críticas da oposição por irregularidades, falta de transparência e desvio de fundos públicos. O Tribunal Administrativo apontou divergências e inconsistências na execução orçamental, moldando a contestação política. A oposição (Renamo, MDM e PODEMOS) votou contra a CGE 2024, alegando falta de clareza e transparência, com denúncias de irregularidades estruturais e desvios de fundos. O PODEMOS destacou que o Estado usa fundos públicos sem rasto, enquanto faltam medicamentos e material escolar. A Renamo criticou a falta de comprovação das despesas e a centralização do orçamento.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Os Correios da África do Sul (SAPO) perderam 9,2 mil milhões de rands em valor accionista em três anos e enfrentam agora a falência.

A Conta Geral do Estado (CGE) de 2024 foi aprovada na quinta-feira apenas com votos da bancada da Frelimo, numa sessão marcada por fortes críticas da oposição, que acusou o Governo de irregularidades graves, falta de transparência e desvio de fundos públicos. O parecer do Tribunal Administrativo (TA), que apontou divergências e inconsistências na execução orçamental, moldou o tom da contestação política. 

O Debate Mais Polarizado do Ano: Governo e Oposição em Frentes Opostas

A votação expôs um dos embates mais tensos da actual legislatura em torno da governação financeira do Estado.
A oposição — Renamo, MDM e PODEMOS — votou em bloco contra a CGE 2024, argumentando que o documento não cumpre requisitos mínimos de clareza, exactidão e transparência, conforme exigem a Lei do SISTAFE e as boas práticas de gestão pública.

O PODEMOS, maior força da oposição, denunciou irregularidades estruturais e desvios de fundos. O deputado Ivandro Massingue afirmou que “a CGE está repleta de irregularidades e violações de leis e normas que regem as finanças e administração pública”, acrescentando que o Estado utiliza fundos públicos “que desaparecem sem deixar rastos, enquanto faltam medicamentos nos hospitais e carteiras nas escolas”. 

Para a Renamo, o documento “não comprovou justificativos reais de todas as despesas”, e a execução centralizada de 75% do orçamento contraria o princípio constitucional da descentralização financeira. A deputada Gania Mussagy sublinhou que persistem “erros indesculpáveis, premeditados e comportamento criminal”. 

Irregularidades Estruturais: Divergências, Mapas Incompletos e Falhas na Contabilização

O parecer do Tribunal Administrativo é central para o debate. O TA apontou “divergências” nos mapas e inconsistências que afectam a fiabilidade da informação financeira, razão pela qual o parecer foi emitido com reservas.
Estas divergências incluem:

Para o MDM, trata-se de uma violação directa do artigo 46 do SISTAFE. A bancada fala de “informações atabalhoadas e incompletas”, incapazes de permitir análise rigorosa da execução financeira do Estado. 

Lei do Fundo Soberano: Acusações de Desvio de 33,6 Milhões de Dólares

Um dos pontos mais graves levantados pelo MDM é o alegado desvio de 33,6 milhões de dólares, resultante da não canalização para a conta transitória do Fundo Soberano de receitas provenientes do IRPC, Imposto sobre a Produção de Petróleo, mais-valias e bónus de produção.

Segundo o partido, “estas práticas resultaram no desvio de 33,6 milhões de dólares”, violando a lei recém-aprovada e comprometendo a credibilidade do processo de gestão de recursos naturais. 

A Renamo reforçou esta crítica ao afirmar que não há informação sobre a canalização dos 2,75% destinados às comunidades hospedeiras dos recursos minerais, nem da taxa de 20% das receitas florestais e faunísticas.

A oposição é unânime: a CGE 2024 não reflecte transparência nem responsabilidade fiscal.

Frelimo Defende Conformidade e Fala em “Avanços Significativos”

A bancada maioritária rejeitou as acusações.
O deputado Ivan Matavele afirmou que a CGE foi elaborada “em conformidade com a lei”, apresentando demonstrações financeiras estruturadas e com “progressos na educação, saúde e protecção social”. A Frelimo considera que chumbar a CGE “paralisaria progressos essenciais”. 

A bancada argumenta que as reservas do TA estão a ser tratadas com reformas em curso destinadas a reforçar controlo interno, mitigação de riscos fiscais e melhoria da administração financeira do Estado.

O Papel do Governo: Compromissos Para Reforçar o Controlo Fiscal

A Primeira-Ministra, Maria Benvinda Levi, interveio para prometer medidas adicionais de controlo e rigor.
A governante afirmou que o Executivo “irá reforçar e intensificar a realização de auditorias, fiscalizações tributárias e de facturação”, além de avançar com a “formalização do sector informal” e racionalização da despesa pública. 

Este compromisso surge num contexto de crescente escrutínio público e internacional sobre a capacidade do Estado de gerir recursos de forma transparente, sobretudo após episódios de crise de dívida e divergências sistemáticas nas contas públicas.

CGE 2024 e o Legado do Governo Anterior: “Gestão Criminosa” ou “Estabilidade Macroeconómica”?

O debate sobre a CGE 2024 é também político. Para a oposição, trata-se da última execução orçamental da governação de Filipe Nyusi, que consideram “criminosa”, “premeditada” e marcada por prática sistemática de opacidade.
Para a Frelimo, trata-se de um exercício financeiro que, apesar de choques internos e externos, garantiu estabilidade do metical, contenção da inflação e evolução moderada da actividade económica. 

As duas leituras revelam não apenas divergência técnica, mas sobretudo a disputa pela narrativa sobre o legado económico de 2024.

Uma Aprovação Que Reforça Polarização e Pressiona Reformas

A aprovação exclusiva pelos votos da Frelimo reforça a polarização institucional e expõe a urgência de reformas profundas no sistema de prestação de contas.
O parecer do TA demonstrou que, apesar das reformas iniciadas, continuam a existir fragilidades sérias na produção, registo e validação de informação financeira.

A tensão entre Executivo e oposição traduz-se numa pressão crescente para que o Governo acelere a implementação das recomendações do Tribunal Administrativo e da Assembleia da República, reforçando transparência, rigor contabilístico e responsabilização dos gestores públicos.

Fonte: O Económico

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