Resumo
O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau escolheu Moçambique para sediar o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa em 2026. Esta decisão fortalece a relação económica entre Moçambique e a China, destacando o papel de Maputo como ponte entre a China e os países lusófonos. O Fórum de Macau, criado em 2003 para promover a cooperação entre a China e os países de língua portuguesa, tem sido fundamental para intensificar as relações bilaterais. Em 2024, o comércio entre a China e os países lusófonos ultrapassou os 225 mil milhões de dólares, com investimentos chineses estimados em 80 mil milhões e projetos concluídos no valor de 140 mil milhões. Esta oportunidade coloca Moçambique numa posição favorável para atrair investimento e integrar cadeias globais de valor.
Ao ser escolhido para sediar, em dois mil e vinte e seis, a próxima edição do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, conforme anunciou o Presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, Che Weng Keong, Mocambique aprofunda a sua relação económica com o a China, enquanto reforça o papel de Maputo como ponte natural entre a China e o espaço lusófono.
Um Fórum com Significado Económico Profundo para Moçambique
A escolha de Moçambique para acolher a edição de dois mil e vinte e seis reforça a centralidade estratégica do país dentro da arquitectura do Fórum de Macau, mecanismo criado em dois mil e três para aproximar a China dos países de língua portuguesa através de cooperação económica, comercial e institucional. O anúncio ocorre num período de intensificação das relações bilaterais entre Moçambique e a China, com reforço da cooperação em comércio, infra estruturas, investimento e formação institucional.
O mecanismo tem revelado resultados expressivos. Em dois mil e vinte e quatro, o comércio entre a China e os países lusófonos superou duzentos e vinte e cinco mil milhões de dólares, enquanto o investimento chinês nos países lusófonos foi estimado em oitenta mil milhões e projectos concluídos atingiram cento e quarenta mil milhões. Esta escala coloca Moçambique perante uma oportunidade concreta para captar novos fluxos financeiros e integrar cadeias globais de valor.
Relação Sino Moçambicana em Ascensão com Projectos Estruturantes
A decisão de atribuir o Fórum a Moçambique está alinhada com os esforços recentes de aproximação entre os dois países. Em Maio, Moçambique e China avançaram com compromissos para melhorar transacções comerciais e atrair maior volume de investimento. No capítulo institucional, o Fórum tem trabalhado para capacitar pequenas e médias empresas moçambicanas a utilizarem os instrumentos do Fundo de Cooperação China Países de Língua Portuguesa, que financia projectos com enfoque no desenvolvimento económico e na integração empresarial.
Um exemplo central é o memorando assinado entre o Fundo de Fomento de Habitação de Moçambique e instituições de Macau, que prevê a expansão da Vila Olímpica de Maputo com a construção de duzentos e quarenta apartamentos no valor aproximado de trinta milhões de dólares. Este projecto reflecte uma combinação de investimento, cooperação institucional e desenvolvimento urbano que o Fórum de Macau pretende replicar noutras áreas da economia moçambicana.
Infra Estruturas Sustentáveis e Modelos Inovadores de Financiamento em Debate
Moçambique tem vindo a participar activamente em fóruns temáticos ligados ao mecanismo sino lusófono. Em Junho de dois mil e vinte e cinco, um encontro sobre cooperação em infra estruturas reuniu representantes moçambicanos, chineses e de Macau para explorar tecnologias verdes, modelos inovadores de construção e operação, e transição para infra estruturas digitais e sustentáveis. A presença de Moçambique nestes debates reforça a intenção do país de modernizar infra estruturas com apoio de empresas chinesas e financiamento associado ao mecanismo.
A capacidade de mobilização financeira é uma das vantagens distintivas deste fórum. O Fundo de Cooperação China Países de Língua Portuguesa tem sido promovido como um instrumento eficaz para apoiar investimentos de empresas, governos locais e entidades privadas. A aposta de Moçambique neste instrumento pode impulsionar projectos estruturantes nas áreas de energia, habitação, agricultura, logística e transformação industrial.
Maputo Como Futuro Centro Lusófono da Cooperação Sino Africana
A realização do Fórum em Maputo pode servir como catalisador para posicionar Moçambique como plataforma de negócios para empresas chinesas que procuram expandir se para África lusófona. Macau desempenha o papel de mediador institucional, mas Moçambique reúne vantagens estratégicas, desde a posição geográfica até ao potencial energético, agrícola e logístico.
O Fórum reforça ainda a importância de Macau como ponte institucional entre a China e os países de língua portuguesa, mas, ao mesmo tempo, coloca Moçambique num patamar mais elevado da cooperação, onde a atracção de investimento e a criação de redes empresariais ganham maior protagonismo.
Ao acolher o Fórum, Moçambique prepara se para receber delegações governamentais, empresariais e financeiras de grande escala, com potencial para gerar novos acordos comerciais, atracção de projectos industriais e criação de parcerias trilaterais entre China, Macau e países africanos lusófonos.
Se explorar plenamente esta oportunidade, Moçambique poderá transformar a realização do Fórum de Macau em dois mil e vinte e seis num marco decisivo para aprofundar a sua inserção económica no eixo China África lusófona. O evento pode atrair centenas de milhões de dólares em investimento, ampliar exportações, fortalecer capacidade institucional e posicionar Maputo como um dos centros emergentes de cooperação económica sino lusófona.
Fonte: O Económico





