Resumo
A expectativa de corte de juros nos EUA enfraqueceu o dólar, fortaleceu moedas emergentes e ofereceu algum alívio ao metical, apesar das pressões estruturais. O dólar sofreu pressão nos mercados cambiais devido às apostas num corte de juros da Reserva Federal dos EUA. O metical manteve estabilidade, apoiado pelo Banco de Moçambique e por um rand mais forte. O índice do dólar caiu devido às expectativas de corte de juros em dezembro. A procura por moedas emergentes aumentou, levando a ajustamentos nos portefólios globais. O rand sul-africano recuperou terreno, beneficiando Moçambique. Apesar das restrições de divisas, o metical permanece estável.
<
p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Expectativa de corte de juros nos EUA enfraquece o dólar, fortalece moedas emergentes e oferece algum alívio ao metical, apesar das pressões estruturais ligadas à balança comercial e ao défice de divisas.
O dólar voltou a entrar em pressão nos mercados cambiais internacionais esta semana, condicionado pelo aumento das apostas num corte de juros da Reserva Federal dos Estados Unidos, enquanto o metical mantém uma trajectória de estabilidade relativa, sustentada pela actuação do Banco de Moçambique e por um rand mais firme face ao dólar.
Mercado Cambial Internacional Alinhado Num Cenário Dovish da Fed
O índice do dólar recuou para mínimos de duas semanas, penalizado pelas expectativas crescentes de que a Reserva Federal poderá avançar com um corte da taxa directora já em Dezembro. Dados mais fracos sobre a economia norte-americana — incluindo a desaceleração do consumo privado e sinais de moderação inflacionista — reforçam a percepção de que o ciclo restritivo poderá estar a chegar ao fim. Este ambiente tem alimentado a procura por moedas emergentes e provocado ajustamentos rápidos nos portefólios globais.
Rand Recupera e Transmite Impulso Regional
O rand sul-africano, altamente sensível ao comportamento do dólar, recuperou terreno numa trajectória apoiada pela depreciação da moeda norte-americana. Esta valorização é particularmente relevante para Moçambique devido ao peso significativo da África do Sul na estrutura das importações e na formação das expectativas do mercado cambial doméstico. A firmeza do rand tem contribuído para atenuar pressões adicionais sobre o metical.
Metical Estável, Mas Pressionado Pelas Restrições de Divisas
Apesar do ambiente externo mais favorável, o metical mantém-se relativamente estável dentro da banda observada nas últimas semanas. A política monetária restritiva do Banco de Moçambique, combinada com intervenções pontuais no mercado, tem evitado flutuações abruptas. Ainda assim, operadores cambiais indicam que persiste um quadro de escassez de divisas, sobretudo para sectores importadores, situação que resulta numa pressão estrutural e contínua sobre a moeda nacional.
Dinâmicas de Comércio Externo Continuam a Influenciar a Moeda
A procura elevada de dólares para importação de combustíveis, bens alimentares, maquinaria industrial e matérias-primas mantém-se um factor determinante no mercado cambial. A lenta recuperação das exportações, associada a choques externos e ao comportamento dos preços internacionais de minerais e energia, limita a capacidade de absorção das pressões cambiais.
Geopolítica Global e Commodities Acrescentam Incerteza
A volatilidade nos preços do petróleo, conjugada com tensões persistentes no Médio Oriente e as negociações sensíveis entre a Ucrânia e a Rússia, continua a influenciar a procura por activos de refúgio. Estas dinâmicas afectam directamente o comportamento das moedas emergentes, aumentando períodos de volatilidade que exigem prudência por parte das autoridades monetárias e dos agentes económicos.
Com os mercados à espera da decisão da Reserva Federal e atentos ao desempenho do rand, o metical beneficia de um ambiente externo mais benigno, embora continue dependente da disciplina monetária interna e da capacidade de gerir a escassez persistente de divisas.
Fonte: O Económico





