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IV Congresso Do SINTIQUIAF Defende Reestruturação Para Modernizar Sindicalismo E Proteger Trabalhadores Num Contexto De Megaprojectos

Resumo

O IV Congresso do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Química e Afins (SINTIQUIAF) debateu a fragilidade industrial, os desafios sindicais em multinacionais e a retoma de Afungi. Destacou a necessidade de políticas setoriais para garantir competitividade e emprego digno. Com a possível retoma da TotalEnergies em Afungi e a saída de Moçambique da lista cinzenta, o sindicalismo enfrenta pressões dos megaprojetos. Delegados apontaram a necessidade de modernização sindical para lidar com a complexidade das multinacionais. O Secretário-Geral, Joaquim Chacate, defendeu uma mudança estrutural para acompanhar empresas privadas e megaprojetos, visando ser uma organização relevante e dinâmica. A modernização é vista como crucial para elevar a representatividade, reforçar a negociação e proteger os trabalhadores.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Delegados analisam a fragilidade industrial, os desafios de sindicalização nas multinacionais, o impacto económico da retoma de Afungi e a urgência de políticas sectoriais para garantir competitividade e emprego digno.

O IV Congresso do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Química e Afins (SINTIQUIAF) trouxe ao centro da agenda laboral e económica o debate sobre a modernização sindical, a vulnerabilidade industrial e a pressão crescente exercida pelos megaprojectos. Num contexto marcado pela possível retoma da TotalEnergies em Afungi, pela saída de Moçambique da lista cinzenta e pela reconfiguração das cadeias produtivas, o Congresso concluiu que o futuro do sindicalismo dependerá da sua capacidade de se adaptar, reforçar a representatividade e garantir que o emprego gerado no país seja digno, estável e protegido.

Sindicatos Enfrentam Novo Contexto Laboral Dominado Por Megaprojectos

O IV Congresso do SINTIQUIAF decorreu num ambiente marcado pela transformação profunda do sector industrial e das relações laborais em Moçambique. Delegados de todas as províncias sublinharam que o sindicalismo continua ancorado em modelos concebidos para empresas estatais, incapazes de responder à complexidade das multinacionais e dos grandes investimentos que hoje dominam a estrutura produtiva nacional.

O Secretário-Geral, Joaquim Chacate, defendeu uma viragem estrutural no modo de actuação sindical.
“É necessário um modelo mais moderno, capaz de acompanhar empresas privadas e megaprojectos, porque queremos ser uma organização relevante, dinâmica e que atenda às necessidades dos trabalhadores moçambicanos.”

A modernização interna é vista como condição indispensável para elevar a representatividade, reforçar a capacidade negocial e garantir protecção efectiva dos trabalhadores, sobretudo num ambiente económico volátil e desigual.

Liberdade Sindical: Um Desafio Persistente Nos Megaprojectos

A limitação prática da liberdade sindical no sector de petróleo e gás foi um dos aspectos mais críticos debatidos no Congresso. Segundo o SINTIQUIAF, cerca de metade das empresas ligadas aos megaprojectos recusa o exercício da actividade sindical, criando obstáculos à defesa dos direitos e à construção de diálogo estruturado.

Chacate foi directo na sua intervenção:
“Cerca de 50% das empresas dos megaprojectos não aceitam o exercício da actividade sindical. Onde não há respeito pela liberdade sindical, recorreremos aos tribunais.”

A ausência de mecanismos de diálogo regular — uma prática comum noutros mercados emergentes — limita a resolução de conflitos, fragiliza os direitos laborais e acentua desequilíbrios já existentes entre empresas e trabalhadores.

Retoma da TotalEnergies e Novo Ambiente Internacional: Oportunidades e Riscos

O sindicato olha com optimismo para a eventual retoma da TotalEnergies em Afungi, destacando o potencial de revitalizar cadeias produtivas, gerar emprego e estimular novas oportunidades económicas nas províncias do norte.
Esta perspectiva ganha força com a saída de Moçambique da lista cinzenta do GAFI, considerada um marco para a melhoria do ambiente de investimento e para a flexibilização do financiamento internacional.

Sobre esta matéria, Chacate afirmou:
“A retoma da Total pode galvanizar a economia nacional e abrir espaço para mais emprego, enquanto a retirada da lista cinzenta permite maior acesso ao financiamento para investimento no país.”

Apesar do optimismo, delegados alertam que tais oportunidades só terão impacto real se acompanhadas de políticas industriais coerentes e de uma estratégia de formação profissional que prepare trabalhadores para novas exigências técnicas.

Indústria Nacional Continua Estruturalmente Vulnerável

Outro ponto central do Congresso foi a análise da fragilidade da estrutura industrial moçambicana. Sectores como tintas, fertilizantes, químicos e açúcar enfrentam concorrência externa agressiva, ausência de mecanismos de protecção sectorial e custos operacionais elevados — factores que reduzem competitividade e colocam milhares de empregos em risco.

A posição do sindicato é clara e directa:
“A nossa indústria está vulnerável. Sem políticas como as aplicadas ao sector do açúcar, vários segmentos industriais deixariam de existir.”

Esta fragilidade afecta directamente o diálogo laboral e limita a capacidade de negociação colectiva, uma vez que empresas pressionadas pela concorrência tendem a reduzir custos laborais e a enfraquecer vínculos contratuais.

Sindicalização nas Multinacionais: Estruturas Laborais Que Reduzem Direitos

Num ambiente onde a subcontratação é regra, muitas multinacionais operam com milhares de trabalhadores ao seu serviço, mas com apenas algumas dezenas de efectivos — uma realidade que compromete a sindicalização e enfraquece a representatividade laboral.

Lourino Chiconela descreveu o problema de forma contundente:
“Vamos a empresas com mil trabalhadores ao seu serviço e apenas 50 ou 100 são efectivos. É um desafio enorme para garantir sindicalização e representatividade.”

Este modelo laboral, ao fragmentar a força de trabalho, cria obstáculos à negociação colectiva e à protecção efectiva dos direitos fundamentais.

O IV Congresso do SINTIQUIAF evidenciou que o futuro da indústria e do sindicalismo em Moçambique dependerá da capacidade de renovar estruturas, defender a liberdade laboral e transformar oportunidades económicas — desde a retoma dos megaprojectos ao novo ambiente financeiro — em benefícios concretos e duradouros para os trabalhadores e para o desenvolvimento nacional.

Fonte: O Económico

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