27.1 C
New York
Thursday, November 27, 2025
InícioNacionalPolíticaSenado Brasileiro Aprova Reestruturação da Dívida de 143 Milhões de Dólares de...

Senado Brasileiro Aprova Reestruturação da Dívida de 143 Milhões de Dólares de Moçambique

Resumo

O Senado brasileiro aprovou a reestruturação da dívida de Moçambique com o Brasil, no valor de 143 milhões de dólares, abrangendo créditos antigos de 2004 e o financiamento do Aeroporto Internacional de Nacala. Os pagamentos, com juros anuais de 3,6%, começarão 60 dias após a assinatura do novo acordo. A aprovação ocorreu após a visita do Presidente do Brasil, Lula da Silva, a Maputo, onde foram assinados nove acordos em setores como agricultura, energia e saúde. Lula afirmou o compromisso do Brasil em revitalizar a cooperação económica com Moçambique. A dívida resulta de dois tipos de operações: créditos remanescentes do acordo de 2004 e o financiamento do Aeroporto de Nacala.

<

p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Operação abrange créditos remanescentes do acordo de 2004 e o financiamento do Aeroporto de Nacala; pagamento inicia-se 60 dias após assinatura do novo acordo, com juros anuais de 3,6%.

O Senado brasileiro deu esta semana um passo decisivo para a regularização das obrigações financeiras de Moçambique para com o Brasil, ao aprovar a reestruturação da dívida de 143 milhões de dólares. A operação, que será convertida em projecto de resolução, abrange créditos antigos de 2004 e o financiamento do Aeroporto Internacional de Nacala, prevendo o início dos pagamentos 60 dias após a assinatura do novo acordo e juros anuais de 3,6%. 

Um sinal político num momento estratégico da relação bilateral

A aprovação na Comissão de Assuntos Económicos (CAE) ocorre poucos dias depois da visita oficial do Presidente do Brasil, Lula da Silva, a Maputo, entre 23 e 24 de Novembro. Na ocasião, Lula prometeu “relançar” a relação com Moçambique, especialmente na vertente económica, tendo sido assinados nove instrumentos jurídicos em sectores como agricultura, energia, biocombustíveis, segurança alimentar, saúde, tecnologia e defesa.

Ao dirigir-se ao Presidente moçambicano, Daniel Chapo, Lula afirmou que esta nova etapa marca o “regresso” do Brasil a África e o seu compromisso com a revitalização da cooperação económica. “Estou de volta a Moçambique. Estou de volta”, declarou o Chefe de Estado brasileiro, defendendo uma agenda mais assertiva de apoio ao desenvolvimento e às exportações brasileiras, através de um BNDES reactivado e agora “totalmente recuperado”. 

A estrutura da dívida: créditos antigos e financiamento do Aeroporto de Nacala

Segundo o documento aprovado, a dívida de Moçambique com o Brasil resulta de duas operações distintas. A primeira corresponde a créditos remanescentes do Contrato de Reestruturação de Dívida de 2004, cujo serviço foi interrompido ao abrigo da iniciativa multilateral de suspensão dos pagamentos durante a crise económica da covid-19.

A segunda componente corresponde ao financiamento do Aeroporto Internacional de Nacala, uma infra-estrutura estratégica construída com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES). Moçambique deixou de cumprir as prestações em 2017, tendo o Governo brasileiro indemnizado o BNDES e assumido, desde então, a posição de credor. 

Condições da reestruturação: pagamentos, juros e sanções

O modelo aprovado estabelece que Moçambique deverá pagar a primeira parcela — avaliada em 6,7 milhões de dólares60 dias após a assinatura do novo acordo. O remanescente será liquidado através de 10 parcelas semestrais, num total de cerca de 136 milhões de dólares, sujeitas a uma taxa de juro anual de 3,6%.

O acordo prevê ainda que qualquer atraso no pagamento desencadeará a aplicação de juros de mora de 1% acima da taxa contratual, reforçando os mecanismos de disciplina financeira e previsibilidade para o Tesouro brasileiro. 

Impactos económicos e relação futura Brasil–Moçambique

A reestruturação da dívida abre espaço para uma nova fase nas relações económicas entre os dois países. Do ponto de vista de gestão macroeconómica, a previsibilidade dos pagamentos permite a Moçambique acomodar melhor o serviço da dívida dentro das suas receitas e compromissos externos, ao mesmo tempo que melhora o ambiente negocial com credores bilaterais.

Para o Brasil, a aprovação representa o reposicionamento estratégico do país na África Austral, ao mesmo tempo que sinaliza ao seu sector privado que Moçambique está no radar de novos projectos de cooperação e investimento.

Lula enfatizou, durante a visita a Maputo, que o BNDES voltará a apoiar exportações brasileiras, abrindo potencial para novos financiamentos, serviços e obras de infra-estrutura, incluindo no sector energético e agrícola. “O Brasil tem tudo para contribuir com segurança alimentar em Moçambique”, afirmou. 

Com a aprovação da reestruturação da dívida, Moçambique e Brasil reforçam a convergência política e económica num momento chave para ambos os países. A operação alivia pressões de curto prazo para Moçambique, estabiliza a posição financeira perante o Estado brasileiro e reabre espaço para uma agenda de cooperação e investimento que poderá marcar a próxima década das relações bilaterais.

Fonte: O Económico

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu nome aqui
Por favor digite seu comentário!

- Advertisment -spot_img

Últimas Postagens

População paralisa trabalhos nas areias pesadas se Chibuto

0
A população colocou barricadas na estrada e paralisou os trabalhos nas areias pesadas de Chibuto. Em causa está o alegado incumprimento de pagamento de...
- Advertisment -spot_img