A Primeira-Dama da República, Gueta Chapo, realizou, este domingo, uma visita à Cadeia Feminina de Nicoadala, na província da Zambézia, num gesto de proximidade humana e solidariedade social dirigido às mulheres privadas de liberdade.
A visita ocorreu num “período particularmente sensível do ano”, a quadra festiva do Natal, tradicionalmente associada à família, à esperança e ao recomeço.
Consciente da carga emocional que esta época representa para quem vive em privação de liberdade, a Primeira-Dama dirigiu palavras de conforto às internas, reconhecendo que estar longe dos filhos, da família e do convívio social torna este momento ainda mais difícil.
Na sua mensagem, Gueta Chapo sublinhou que o Natal deve ser entendido como um símbolo de renovação e de novas oportunidades. “O Natal lembra-nos o nascimento de Jesus Cristo e o recomeço de uma nova oportunidade nas nossas vidas”, afirmou, apelando à reflexão interior e à reconstrução pessoal como caminhos possíveis, mesmo em contextos adversos.
A Esposa do Chefe do Estado foi enfática ao afirmar que nenhuma mulher deve ser definida exclusivamente pelos erros cometidos no passado ou pela condição actual de reclusão. “Vocês não são definidas apenas pelos erros do passado, nem pelo lugar onde estão hoje. Continuam a ser mulheres com valor, dignidade, força e sonhos”, declarou, numa mensagem que procurou resgatar a autoestima e a esperança das reclusas.
Ao longo da sua intervenção, a Primeira-Dama destacou o auto perdão como um passo essencial no processo de mudança e reconstrução da vida. “Perdoar a si mesma é um passo importante para reconstruir a vida. Não é esquecer o que aconteceu, mas decidir não carregar o peso para sempre”, afirmou, incentivando as internas a acreditarem num futuro diferente e possível.
Gueta Chapo assegurou ainda que as mulheres privadas de liberdade não estão esquecidas pela sociedade nem pelas instituições do Estado. “Há pessoas lá fora que acreditam que cada ser humano pode mudar, aprender e recomeçar. E nós acreditamos em vocês”, frisou, reiterando a importância da fé, da união e da força interior como instrumentos de superação.
A visita foi igualmente marcada pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido pelas guardas prisionais, técnicas e demais profissionais da Cadeia Feminina de Nicoadala. A Primeira-Dama enalteceu o empenho diário destes profissionais na criação de um ambiente mais humano, justo e respeitador da dignidade das mulheres em reclusão. “O vosso esforço é valioso e merece reconhecimento”, afirmou, sublinhando o papel fundamental destes quadros no processo de reabilitação social.
Fonte: O País