Resumo
As exportações globais de Gás Natural Liquefeito (GNL) cresceram entre 4% e 5% em 2025, atingindo cerca de 429 milhões de toneladas, impulsionadas pela nova oferta da América do Norte. Os Estados Unidos tornaram-se o maior exportador mundial de GNL, ultrapassando 100 milhões de toneladas anuais. Esta expansão levou a quedas acentuadas nos preços na Europa e na Ásia. Moçambique destaca-se como um dos principais polos emergentes em África. Projetos como Plaquemines LNG e Corpus Christi Stage 3 nos EUA, LNG Canada no Canadá e Fast LNG Altamira no México contribuíram significativamente para este crescimento. O reequilíbrio do mercado global de gás devido ao aumento da oferta teve impacto direto nos preços internacionais.
Questões-Chave:
– Exportações globais de GNL cresceram entre 4% e 5% em 2025, para cerca de 429 milhões de toneladas;
– Estados Unidos tornam-se o primeiro país a ultrapassar 100 milhões de toneladas exportadas num ano;
– Aumento da oferta contribuiu para quedas acentuadas dos preços na Europa e na Ásia;
– África reforça posição estratégica, com Moçambique entre os principais polos emergentes.
As exportações globais de Gás Natural Liquefeito (GNL) registaram em 2025 um crescimento estimado entre 4% e 5%, atingindo cerca de 429 milhões de toneladas, o maior aumento anual desde 2022. O crescimento foi impulsionado por uma nova vaga de oferta proveniente da América do Norte, que alterou de forma significativa o equilíbrio do mercado energético global, com impactos directos nos preços, na segurança energética europeia e nas perspectivas para produtores emergentes, incluindo África.
América do Norte lidera nova vaga de oferta
O principal motor do crescimento em 2025 foi a entrada em operação e a aceleração da produção de novos projectos de liquefacção na América do Norte. Os Estados Unidos consolidaram-se como o maior exportador mundial de GNL, tornando-se o primeiro país a ultrapassar a fasquia das 100 milhões de toneladas anuais, com exportações mensais a atingirem um recorde de 10 milhões de toneladas no final do ano.
Entre os projectos com maior contributo destacam-se o Plaquemines LNG, da Venture Global, e a expansão Corpus Christi Stage 3, da Cheniere. No Canadá, 2025 marcou a estreia do LNG Canada, o primeiro grande terminal de exportação do país, enquanto o México reforçou o fornecimento ao Atlântico através do projecto Fast LNG Altamira, baseado em gás norte-americano .
Reequilíbrio do mercado e pressão descendente sobre preços
O aumento expressivo da oferta contribuiu para um reequilíbrio do mercado internacional de gás, com efeitos visíveis nos preços. Na Europa, o reforço das importações de GNL permitiu continuar a substituição do gás russo, com alguns períodos a registarem aumentos de até 65% nas chegadas de GNL. Como resultado, os preços de referência europeus caíram mais de 40% face ao início do ano.
Na Ásia, a maior disponibilidade de cargas no mercado spot reduziu pressões sobre os preços, permitindo a retoma do consumo em economias emergentes, que haviam reduzido a utilização de gás durante os picos de preços de 2022 e 2023.
África ganha relevância estratégica no novo ciclo do GNL
Neste novo contexto de mercado, África reforça a sua posição estratégica no sector do GNL, beneficiando da proximidade geográfica à Europa e da abundância de reservas, estimadas em cerca de 8% das reservas mundiais de gás natural. Países como Argélia e Nigéria continuam a desempenhar um papel central, enquanto novos produtores emergem.
Em Moçambique, o projecto Coral Sul FLNG encontra-se já em produção e exportação, afirmando o País como produtor relevante de GNL no mercado internacional. Paralelamente, é esperada para 2026 a Decisão Final de Investimento (FID) para o megaprojecto liderado pela ExxonMobil na Área 4 da Bacia do Rovuma, bem como avanços adicionais no projecto Mozambique LNG, da TotalEnergies. No longo prazo, estes empreendimentos poderão posicionar Moçambique entre os maiores produtores africanos, com uma capacidade potencial superior a 30 milhões de toneladas anuais.
Outros países africanos registam igualmente progressos, como o Congo, que aumentou a capacidade do Congo LNG para cerca de 3 milhões de toneladas por ano, e os projectos Greater Tortue Ahmeyim, no Senegal e na Mauritânia, previstos para entrar em operação nos próximos anos.
Oportunidades e desafios para o continente
A conjuntura actual cria uma janela de oportunidade para África afirmar-se como fornecedor de confiança num mercado global em transição. Estimativas indicam que os investimentos em petróleo e gás no continente poderão ultrapassar 35 mil milhões de euros até 2026, liderados por países como Angola, Moçambique e Nigéria.
Persistem, contudo, desafios estruturais relevantes, incluindo riscos operacionais e de segurança, flutuações de produção e o debate sobre o equilíbrio entre exportação de GNL e acesso interno à energia, num continente onde uma parte significativa da população continua sem acesso fiável a electricidade.
Perspectivas para 2026
Analistas e relatórios da Agência Internacional de Energia indicam que 2025 poderá marcar apenas o início de um ciclo plurianual de expansão. Para 2026, prevê-se um crescimento adicional da oferta global de GNL de cerca de 7%, o mais forte desde 2019, à medida que mais projectos atingem a sua capacidade plena.
O desafio central passará por equilibrar a expansão da oferta, a pressão sobre preços e a necessidade de investimento em infra-estruturas de baixo carbono, mantendo o gás natural como combustível de transição num sistema energético global em transformação.
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Fonte: O Económico






