Axadrezados esgotaram quase todos os créditos que tinham na Liga; no passado, o clube mostrou ser capaz de feitos extraordinários, e esta pode ser uma oportunidade para mostrar essa fibra; ‘Estádio do Bolhão’ é o espaço de opinião semanal do jornalista Pascoal Sousa
O Boavista enfrenta um dos momentos mais desafiantes da sua história. Um emblema que rompeu a hegemonia dos grandes ao conquistar o título em 2000/01, que ergueu cinco Taças de Portugal e três Supertaças, está mergulhado no fundo da tabela. A matemática ainda lhe dá esperança, mas o caminho para a salvação exige mais do que contas. Exige perfeição.
Mesmo que supere o Estrela da Amadora, os 12 jogos seguintes estão repletos de armadilhas. Deslocações difíceis, como ao terreno do Benfica, e receções ao Sporting e ao FC Porto, colocam os axadrezados perante desafios imensos. Ainda assim, acreditam que é possível. O passado mostrou que o Boavista é capaz de feitos extraordinários, e esta pode ser uma oportunidade para mostrar essa fibra. Levantados os Transfer Ban, o Boavista tem alinhados reforços com currículo invejável, mas cujo peso da idade coloca sérias reticências quanto ao que podem acrescentar, além do nome. Por alguma razão estão desempregados.
Bacci, com a sua determinação, fez o possível com os recursos disponíveis, mas os contratempos foram implacáveis. Lesões de jogadores-chave, incluindo dois guarda-redes no mesmo treino, e os impedimentos da FIFA tornaram a equipa vulnerável e desequilibrada. E agora reside em Lito Vidigal a esperança de salvação. Pode não ter um futebol vistoso, mas é prático. O risco de o Boavista acabar como o Salgueiros, ou pior, é, porventura, o maior medo dos adeptos. Permanecer na Liga será como tocar o céu. Cair significará enfrentar um futuro incerto e sombrio.
Fonte: A Bola
